Um refúgio de betão e alumínio, com vista para o Caramulo

Fernando Guerra | FG+SG
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Fernando Guerra | FG+SG

Um imponente bloco de betão que parece flutuar sobre um ripado de alumínio lacado são os destaques desta casa-refúgio de arquitectura austera projectada pelo arquitecto Vicente Gouveia, do gabinete Visioarq Arquitectos, em Anadia.

Casa RCR pretende romper com os cânones tradicionais associados ao imaginário de um refúgio. A construção tenta mostrar que um lugar de recolhimento não tem de estar situado no topo de um vale longínquo rodeado de natureza e banhado pelo sol — pode estar onde quisermos que ele esteja. Neste caso, no centro de Portugal, numa zona marcadamente residencial.

A moradia de dois andares, que tem como pano de fundo a Serra do Caramulo, foi construída com uma forte ligação aos jardins “pontualmente rasgados por percursos em sulipas de madeira e casca de pinho”, explica Vicente Gouveia ao P3. Um elemento fundamental que funciona como parte integrante do interior da habitação. Para o efeito, a Visioarq procurou apelar à vertente visual e táctil transformando materiais industriais, como o betão que cobre a zona de churrasco, em naturais, através do emparelhamento de réguas de pinho que, quando retiradas, expuseram os veios da madeira.

No piso superior, os enormes painéis de vidro preto lacado oferecem a tão desejada vista e, ao mesmo, a privacidade. “Não temos de criar muros entre as várias divisões, mas sim criar ângulos visuais que permitam que as pessoas se possam relacionar com os vizinhos e com outras pessoas quando quiserem, mas que consigam também estar tranquilas sem estarem preocupadas com a possibilidade de as pessoas poderem interferir com a vivência interior do espaço”, explica o arquitecto.

A parte de interiores, desenvolvida em parceria com a DoHo interiors, também é, "de alguma forma, coerente com o projecto de arquitectura e dá uma certa continuidade”, destaca Vicente Gouveia. Os materiais orgânicos sóbrios, como as paredes ripadas em madeira, conjugados com elementos mais marcantes, como os veios do mármore das paredes e do chão ou a clarabóia que ilumina a zona do escritório e da biblioteca, tentam transparecer leveza e conforto por todas as áreas.

A Casa RCR ficou pronta em Novembro de 2020. Vicente Gouveia projectou-a como se fosse para si, conferindo-lhe toques pessoais que espelham o estilo de vida dos donos. Ao vê-la concluída, o arquitecto confessa que ficou com vontade de fazer dela a sua nova morada, aqui fotografada por Fernando Guerra.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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