Quem quer pegar no escudo do Capitão América?

A televisão da Marvel volta ao normal com O Falcão e o Soldado de Inverno, isto depois de WandaVision. A nova série do Disney+ estreou-se esta sexta-feira.

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Anthony Mackie e Sebastian Stan são, respectivamente, o Falcão e o Soldado de Inverno na nova série da Disney+ que tem o nome de ambos

Depois do fenómeno que foi WandaVision, o Universo Cinematográfico Marvel tem uma nova série no Disney+. Chama-se O Falcão e o Soldado de Inverno e decorre após a acção de Vingadores: Endgame, o filme dos irmãos Russo de 2019 que bateu recordes de bilheteiras. Foca-se em dois super-heróis que poderão ou não ficar com o escudo do Capitão América, ou Steve Rogers após (e vem aí spoiler) a morte deste. O primeiro de seis episódios desta criação de Malcolm Spellman, que antes trabalhou em Empire, realizada por Kari Skogland, ficou disponível esta sexta-feira.

O voador Falcão, ou Sam Wilson, interpretado no cinema e na televisão por Anthony Mackie, é o amigo recente do Capitão a quem este dá o escudo, enquanto o Soldado de Inverno, ou Bucky Barnes, a quem é dada vida por Sebastian Stan, é o melhor amigo de infância de Rogers. Ambos têm muito com que lidar. E não é só o facto de, tal como metade da população humana, terem passado cinco anos desaparecidos enquanto o mundo à volta deles continuava estando agora os dois a tentar voltar a uma certa normalidade.

Sam, que vemos ao início a trabalhar com a Força Aérea americana a matar terroristas perto da Líbia, tenta reatar a relação com a irmã e a sua família e lutar para que o barco dos seus pais, um negócio, se mantenha à tona, bem como a forma como heróis como ele são vistos pela sociedade. Foi a Sam que Steve deu o escudo, mas este sente alguma relutância em pegar nele, chegando a doá-lo ao governo. 

A história de Sam é uma oportunidade para este universo, que nem sempre tratou bem temas raciais, lidar com questões de racismo num mundo pós-Black Lives Matter, ainda para mais tendo em conta que Falcão foi o primeiro super-herói negro da banda desenhada mainstream. Malcolm Spellman, o criador, tem falado disso em entrevistas, na ideia de questionar o patriotismo do escudo e tentar explorar por que é que Sam poderá não querer pegar nele. Ou pelo menos questionar tanto quanto a colaboração directa entre a Marvel e as forças armadas americanas, assumida em vários filmes, pode comportar. 

Por outro lado, Bucky lida com a culpa e as consequências dos tempos que passou como o Soldado de Inverno, que foi forçado a ser um super-vilão durante décadas e agora se tornou bom. Tem stresse pós-traumático, lembra-se de todas as suas vítimas e continua a ter pesadelos com as missões que fez no passado. Já a falta de Steve Rogers é sentida por todos — também há pesar aqui, tal como em WandaVision. Spellman, em entrevistas, tem falado na inspiração vinda de filmes de buddy cop dos anos 1980 como 48 Horas ou Arma Mortífera, em que a cor é um factor diferencial entre as personagens. Ainda não vemos, contudo, nada disso no primeiro episódio, que se foca nas histórias separadas dos dois.

Os vilões são um grupo de activistas chamados Flag Smashers ("arrasadores de bandeiras") que querem um mundo sem fronteiras. Além de Stan e Mackie, aparecem também outras caras dos filmes, como Zemo, o super-vilão a quem é dada vida por Daniel Brühl, Batroc, um mercenário interpretado por Georges St-Pierre, e Sharon Carter, a personagem de Emily VanCamp que é uma agente da S.H.I.E.L.D., a agência internacional da aplicação da lei deste universo. Uma nova adição a este “mundo” é Wyatt Russell, o filho de Kurt Russell e Goldie Hawn que faz de John Walker, ou U.S. Agent.

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