Cynan Jones e a escassez da água

O escritor galês, no seu habitual registo poético e sóbrio, volta a dissecar mecanismos de sobrevivência, mas desta vez do nosso próprio mundo, como ainda não o conhecemos.

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Apesar do ambiente pós-apocalíptico, Cynan Jones consegue dar uma tocante dimensão humana às personagens Bernadine Jones

Durante o Verão de 2019, a BBC Radio4 emitiu semanalmente, ao domingo à tarde, as doze histórias que meses antes tinha encomendado ao escritor galês Cynan Jones (n. 1975); foram lidas aos microfones por um conjunto de actores, com o devido enquadramento de sonoplastia. As narrativas tinham, dada a sua natureza radiofónica, de funcionar como unidades autónomas, mas deixando sempre antever um todo maior. Aos poucos, foi sendo tecida uma rede, com pouco mais de meia dúzia de personagens que se ligam entre si quase apenas pelo ambiente e condições do lugar onde vivem. Ao resultado final, Cynan Jones chamou-lhe romance e deu-lhe o título de Estilicídio. (Antes de mais, esta palavra pouco usual significa “queda de água gota a gota”, “gotejamento” —, por curiosidade, o Código Civil dedica-lhe um artigo, o 1365º.)

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