PJ apreende material informático utilizado em ciberataque ao youtuber Windoh

Diogo Figueiras (Windoh) foi alvo de um ataque informático ao curso de criptomoedas divulgado no canal do YouTube.

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Desde o ataque Windoh decidiu disponibilizar o curso gratuitamente DR

A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu esta quarta-feira vários dispositivos informáticos utilizados para aceder, indevidamente, a aulas no Zoom e a conteúdo criado pelo youtuber Diogo Figueiras — conhecido por Windoh nas redes sociais. No começo de Março, o youtuber português foi alvo de um ciberataque com o objectivo de expor e criticar o conteúdo de um curso que criou sobre criptomoedas e cujo preço rondava os 400 euros. 

A informação, inicialmente avançada pelo Jornal de Notícias, foi confirmada ao PÚBLICO por fonte da polícia judiciária que nota que o responsável pelo ciberataque foi constituído arguido pelos crimes de “acesso ilegal de conteúdo informático e difamação”.

Nas redes sociais, o youtuber RedLive13, que se tem assumido como o autor dos ataques a Windoh, confirma que recebeu uma visita da PJ. “A Policia Judiciária decidiu hoje bater-me à porta”, escreve RedLife13 que diz que ficou sem quatro telemóveis, três monitores e o computador de uso pessoal. 

De acordo com este utilizador, o ataque a Windoh tinha como propósito alertar para o facto de o curso de criptomoedas, comercializado pela empresa Blvck Network, ser uma cópia de informação disponível na Wikipédia e servir apenas para burlar os fãs.

Este tipo de cursos tem gerado bastante atenção nas últimas semanas depois de uma petição pública motivar o Ministério Público a abrir um inquérito para investigar “esquemas aliciantes” de influenciadores digitais sobre criptomoedas, apostas desportivas e o mercado forex  (essencialmente, a compra e venda de diferentes moedas). Windoh é um dos vários influenciadores visados. 

Parte dos esquemas dependem de plataformas de investimento que não têm autorização para operar em Portugal e não estão registadas junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que regula o sector. Apesar de o curso divulgado por Windoh não ser da responsabilidade da CMVM, na passada sexta-feira a Comissão emitiu um alerta a notar que a Blvck Network (que comercializa o curso do youtuber) não está autorizada a desenvolver quaisquer actividades de intermediação financeira em Portugal. 

Desde o começo da controvérsia, o youtuber português optou por disponibilizar gratuitamente o curso pirateado. Numa entrevista recente à Notícias Magazine, o youtuber acrescentou que vai reembolsar todos os utilizadores que pagaram pelo curso. 

Não é a primeira vez que RedLive13 caracteriza os seus ciberataques como um alerta para problemas online. Em Abril de 2020, o utilizador era um dos muitos envolvidos no fenómeno de zoombombing em que pessoas com más intenções (os ditos trolls, na gíria da Internet) interrompiam reuniões públicas ou aulas na aplicação para transmitir pornografia, imagens violentas ou ridicularizar os participantes. Segundo RedLive13, a missão era mostrar a falta de atenção dos docentes às definições de segurança da plataforma. 

Actualmente, a plataforma Zoom obriga novos utilizadores a ficarem numa sala de espera antes de serem admitidos numa reunião e disponibiliza vários tutoriais gratuitos sobre como utilizar a aplicação.

Nota de correcção: Diogo Figueiras é conhecido por Windoh nas redes sociais.

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