Lamela candidata-se ao golo do ano na derrota do Tottenham

O jogador argentino marcou um golo certamente candidato ao prémio Puskás, mas foi expulso na segunda parte. O Tottenham, que pouco atacou, ficou limitado frente ao Arsenal e perdeu por 2-1.

Reguilón (na foto de mãos na cabeça) incrédulo com o golo de Lamela
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Reguilón (na foto de mãos na cabeça) incrédulo com o golo de Lamela LUSA/Julian Finney / POOL
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Estatísticas, números, mapas de calor, valências tácticas, aparelhos de monitorização, excesso de táctica nos escalões de formação… há quem diga que o futebol está cada vez mais padronizado e que os jogadores vêm desprovidos do futebol de rua, que foi a “escola” dos craques de antigamente.

Neste domingo, em Londres, o argentino Erik Lamela, do Tottenham, quis destruir esta argumentação dos mais saudosistas – ou, no mínimo, retirar-lhe os contornos de verdade absoluta. Lamela assinou uma autêntica “obra de arte” no derby londrino frente ao Arsenal, que o Tottenham perdeu por 2-1, e roubou os holofotes para si, com este grande golo.

Quem parasse a imagem no segundo anterior à finalização pensaria que Lamela não tinha tempo e espaço para grandes malabarismos, mas, com uma “floresta” de adversários à frente, o canhoto fez um remate de “letra” e espantou os próprios colegas, incrédulos com o golo do argentino.

Com um movimento de “assinatura” – Lamela usa este recurso técnico várias vezes, sobretudo em cruzamentos –, o jogador cunhou o seu nome no lote de candidatos ao prémio Puskás, atribuído ao autor de melhor golo do ano. E ainda só vamos em Março.

Lamela provou que o futebol ainda tem espaço para “artistas”, mas o que mais conta ainda é o somatório dos golos – os bonitos e os não tão belos. Nesse campo, venceu o Arsenal. A equipa orientada por Mikel Arteta dominou grande parte da partida, foi mais rematadora, teve duas bolas nos ferros e, a haver um vencedor, teriam de ser os “gunners”.

Com este triunfo, o Arsenal não sai do décimo lugar, a sete pontos dos lugares europeus, e o Tottenham, de José Mourinho, mantém o sétimo, a três pontos dessa posição.

Son saiu cedo

No que diz respeito ao jogo, este foi um derby londrino de altos e baixos. Começou “morno”, melhorou no decorrer da primeira parte e voltou a uma toada menos emocionante após o intervalo.

Como era esperado neste confronto de estilos, o Arsenal entrou dominador, frente a um Tottenham pouco importado com a permanência em processo defensivo.

A equipa londrina enviou uma bola à trave aos 16’, por Smith Rowe, e aos 37’, por Cédric, mas, entre uma jogada e outra, o Tottenham teve uma fase de maior qualidade. Foi aos 19’ que o coreano Son saiu lesionado e, curiosamente, a saída de uma das estrelas do Tottenham até dotou a equipa de maior qualidade.

A passagem de Lucas para a esquerda, com Lamela no meio, atrás de Kane, deu à equipa de Mourinho maior capacidade de ter a bola e ligar-se aos médios – Lamela é bem mais associativo do que Lucas na zona central.

Depois da já contada obra de arte de Lamela, aos 33’, o Arsenal voltou a crescer na partida, atacando quase sempre pelo seu lado esquerdo – lado direito do Tottenham, no qual Gareth Bale nem sempre apoiou Doherty.

E foi aos 44’, numa dessas incursões que Tierney ultrapassou facilmente Doherty e cruzou para Odegaard, que rematou no centro da área. A bola ainda foi desviada por Alderweireld e bateu Lloris.

Num jogo novamente “morno”, só aos 64’ voltou a haver emoção. Lacazette apareceu na cara do golo, mas foi derrubado por Sánchez. Houve penálti e houve golo do francês.

Cerca de dez minutos depois, chegou a sina dos génios. Depois do golo que marcou, Lamela “estragou a pintura”: já com um cartão amarelo, atingiu um adversário com o braço e foi expulso por acumulação de advertências.

O jogo já estava duro para o Tottenham, praticamente incapaz de ferir o Arsenal, e mais duro ficou. Apesar da incapacidade de criar jogadas em jogo corrido, com apenas um remate na partida, o Tottenham foi mais perigoso em inferioridade numérica e assustou duas vezes em bolas paradas: aos 83’, Harry Kane viu um golo ser-lhe bem anulado e, aos 89’, rematou ao poste num livre directo.

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