Sri Lanka vai banir a burqa e encerrar mais de mil escolas islâmicas

Governo diz que as medidas foram tomadas no âmbito da “segurança nacional” do país. Comunidade muçulmana é minoritária no país asiático.

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Comunidade muçulmana no Sri Lanka equivale a cerca de 9% dos 22 milhões de habitantes Danish Siddiqui/Reuters

O Sri Lanka vai proibir o uso da burqa e encerrar mais de mil escolas islâmicas, anunciou este sábado o ministro da Segurança Pública, Sarath Weerasekera. As medidas afectam, sobretudo, a minoria muçulmana no país asiático – cerca de 9% dos 22 milhões de habitantes.

Em conferência de imprensa, Weerasekera revelou que assinou a ordem na sexta-feira, para ser aprovada pelos restantes membros do Governo, e justificou-a com motivos de “segurança nacional”.

“A burqa tem um impacto directo na nossa segurança nacional. Antigamente as mulheres e raparigas muçulmanas nunca usavam a burqa. É um sinal de extremismo religioso que surgiu recentemente. Vamos bani-lo definitivamente”, afirmou o ministro, citado pela Reuters. 

O uso de burqa no Sri Lanka – um país de maioria budista (70%) – já tinha sido temporariamente proibido em 2019, depois dos ataques a várias igrejas e hotéis, reivindicados pelo Daesh, que mataram mais de 250 pessoas.

No ano passado, Gotabaya Rajapaksa – mais conhecido por ter esmagado uma insurgência que durou várias décadas no Norte do país enquanto ministro da Defesa – foi eleito Presidente, prometendo reprimir o extremismo.

Rajapaksa é acusado de ter cometido vários abusos de direitos durante a guerra, mas nega essas acusações.

Weerasekera anunciou ainda que o Governo planeia proibir mais de mil escolas islâmicas (madrassas) que estão a desrespeitar as políticas nacionais de educação.

“Ninguém pode abrir uma escola e ensinar o que quiser às crianças”, criticou o ministro.

As novas medidas surgem um ano depois de uma outra decisão polémica para a comunidade muçulmana, quando o Governo tornou obrigatória a cremação de todas as vítimas mortais por covid-19 – um ritual que é contrário ao islão, que manda enterrar os mortos.

Essa proibição foi, no entanto, levantada no início deste ano, depois de os Estados Unidos e de diversas organizações internacionais terem criticado o Governo do Sri Lanka.

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