Guiné-Bissau: Depois do blogger Aly Silva, jornalista Adão Ramalho foi agredido

Liga Guineense dos Direitos Humanos diz que a “agressão brutal” foi levada a cabo por agentes das forças de segurança. Silva tinha sido sequestrado e espancado por um grupo de desconhecidos armados.

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Bissau, capital da Guiné-Bissau Paulo Pimenta

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou e repudiou na sexta-feira à noite a “agressão brutal” feita por agentes das forças de segurança ao jornalista Adão Ramalho, da rádio Capital, em “pleno exercício de funções”.

“Segundo informações recolhidas pelos monitores da LGDH, a vítima estava a ser seguida por um grupo de agentes de segurança desde o aeroporto Internacional Osvaldo Vieira até à sede nacional do PAIGC, onde foi agredida”, referiu, em comunicado divulgado à imprensa.

Para a organização não-governamental de direitos humanos guineense, o acto “cobarde e repugnante, enquadra-se na estratégia de intimidação e condicionamento do exercício da liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau pelo regime instalado”.

Na passada terça-feira, o também jornalista e blogger guineense Aly Silva tinha sido sequestrado e espancado por um grupo de desconhecidos armados. 

Em declarações ao PÚBLICO, o responsável do blogue Ditadura de Consenso disse que não o mataram “porque não calhou” e acusou o Presidente Umaro Sissoco Embaló de estar por trás do “regime da selva” que se vive na Guiné-Bissau.

“Ninguém faz nada, ninguém quer saber de nós, não estamos na agenda”, lamentou Aly Silva.

Na quinta-feira, Umaro Embaló, negou, no entanto, quaisquer responsabilidades do poder político no ataque ao blogger.

“Eu, o Presidente da República, acha que vou mandar espancar um cidadão? Lamento o que aconteceu com o Aly, mas ele que vá ver quem o espancou”, afirmou o Presidente.

No comunicado de denúncia das agressões a Adão Ramalho, a LGDH repudiou a “conduta abusiva e arbitrária das forças de segurança” e exigiu a “responsabilização criminal e disciplinar dos autores desta atrocidade”. 

Para além disso, denunciou “a existência de um plano tenebroso que visa amordaçar o exercício da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau”.

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