Sonho olímpico adiado para Portugal

Selecção portuguesa perdeu com a Croácia no torneio de apuramento olímpico e precisa de ganhar à França na última jornada para estar em Tóquio.

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FFHandball / Icon Sport

Já não há grandes dúvidas de que a selecção portuguesa faz parte da elite do andebol mundial, que tem o que é preciso para se bater de igual para igual com as melhores equipas do mundo. Neste sábado, em Montpellier, esteve perto de abater mais um histórico do andebol mundial e de ficar com as duas mãos no apuramento olímpico. Portugal voltou a estar próximo da superação, mas acabou por perder com a Croácia por 25-24 (9-12 ao intervalo) depois de ter comandado o marcador durante quase todo o encontro. 

Com a derrota frente aos balcânicos, o sonho de uma presença do andebol português em Tóquio ficou mais difícil, mas não impossível. A selecção nacional precisa de derrotar, nesta noite (20h, RTP2), outro gigante do andebol mundial chamado França, algo que já conseguiu por duas vezes nos últimos anos.

Com a vitória na primeira jornada frente à Tunísia, mais a derrota dos croatas diante dos franceses, este era o jogo para apostar tudo, o jogo mais importante da história do andebol português, que, depois de brilhar no Europeu e no Mundial, continua em busca de um palco de acesso restrito (apenas 12 vagas), no qual nunca esteve presente. A selecção orientada por Paulo Jorge Pereira entrou com essa urgência histórica e, depois de algum desacerto inicial nos primeiros minutos (de ambos os lados), rapidamente garantiu uma vantagem robusta para ir gerindo.

Com um ataque democrático (toda a gente marcava golos) e uma exibição inspirada de Manuel Gaspar na baliza, Portugal chegou a ter quatro golos de vantagem e limitou a Croácia, uma selecção experiente e cheia de “estrelas”, a apenas nove golos na primeira parte (9-12 ao intervalo). E assim continuou nos primeiros minutos da segunda parte, com a vantagem a duplicar (10-16), numa tremenda exibição colectiva e sem falhas a aproveitar o completo de desnorte da Croácia, para quem uma segunda derrota neste torneio seria o adeus a uma competição que já ganhou por duas vezes.

Houve desconto de tempo pedido por Hrvoje Horvat, que substituiu o histórico Lino Cervar no banco croata, e a selecção balcânica foi, lentamente, reduzindo a diferença, alimentada pelos golos de Ivan Cupic (que teve 100% de eficácia no remate, com nove golos em nove tentativas). A selecção portuguesa ainda conseguiu levar a vantagem até aos 57 minutos (22-23) e o jogo esteve empatado (24-24) até aos 59’, mas Cindric fez o 25-24 a 20 segundos do fim e, na resposta, Portugal não conseguiu evitar a derrota.

No outro encontro do dia, no Grupo 2 de qualificação, a França confirmou o favoritismo com um triunfo natural sobre a Tunísia (40-29), que a deixa às portas de Tóquio. De resto, pode até perder no domingo, no encontro com Portugal, desde que não seja por uma diferença muito expressiva (acima de seis golos).
 

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