Apresentador Nuno Graciano apontado como candidato do Chega a Lisboa

O partido liderado por André Ventura não confirma nem desmente a informação e diz que a apresentação do candidato acontecerá na terça-feira.

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O antigo apresentador não quis confirmar e remeteu todas as declarações para a próxima semana DR

O antigo apresentador e comentador televisivo, Nuno Graciano, foi apontado esta sexta-feira como o candidato do Chega a Lisboa, nas próximas eleições autárquicas. A notícia foi avançada pela SIC. Ao PÚBLICO, fonte do Chega não confirma nem desmente a informação avançada pela estação televisiva, mas adianta que o candidato que irá disputar a liderança da Câmara Municipal de Lisboa será confirmado na segunda-feira e apresentado oficialmente no dia seguinte, num local ainda a definir. Nuno Graciano é a favor da pena de morte e afirma que o pior inimigo da democracia é a própria democracia.

À SIC e ao jornal Expresso, Nuno Graciano não quis adiantar pormenores sobre a eventual candidatura e remeteu mais esclarecimentos para o início da próxima semana, para o mesmo dia em que o Chega anunciará o seu candidato. “Não confirmo nem desminto. Falamos na terça-feira”, respondeu Nuno Graciano.

De acordo com a SIC, o convite ao antigo apresentador foi feito directamente por André Ventura, que só depois discutiu o nome com a direcção nacional do partido e com o presidente da distrital de Lisboa. A direcção do Chega terá então dito que Nuno Graciano é “fora da caixa”, mas estará “completamente comprometido com os valores do partido”.

Em 2016, numa entrevista ao podcast Maluco Beleza, conduzido por Rui Unas, Nuno Graciano defendeu a pena de morte para os pedófilos. “Sou a favor da pena de morte para os pedófilos”, declarou Nuno Graciano. Logo a seguir, o antigo apresentador acrescentou que "o pior inimigo da democracia é a democracia, é o excesso de democracia”. “É o tal à vontade, à vontadinha, a liberdade a libertinagem”, continuou, acrescentando que um pedófilo não conseguirá alterar o seu comportamento. “Então é para matar?”, pergunta Rui Unas. “Ya, claro que sim”, responde Nuno Graciano, recusando a ideia de que o seu discurso é populista.

Caso se confirme como candidato autárquico, Nuno Graciano não representará a opinião do partido sobre a aplicação da pena de morte (que ainda assim é um tema que divide o Chega). Em Setembro de 2020, os militantes do partido liderado por André Ventura votaram num referendo interno sobre a aplicação da pena de morte para crimes como o terrorismo ou o abuso de menores, tendo 56% dos militantes votado contra a pena de morte e os restantes 44% a favor.

Quais são os candidatos a Lisboa já conhecidos?

Neste momento, o único candidato à direita já confirmado é o social-democrata Carlos Moedas. A Iniciativa Liberal chegou a apresentar um candidato próprio, Miguel Quintas, mas o gestor desistiu da corrida três dias depois, invocando “razões pessoais”.

Apesar do percalço, a Iniciativa Liberal mantém a intenção de apresentar um candidato o candidato, não se juntando assim aos restantes partidos convidados a apoiar o candidato do PSD. Carlos Moedas manter-se-á na corrida apenas com o apoio do CDS, do Partido Popular Monárquico (PPM), do Movimento Partido da Terra (MPT) e da Aliança. Logo na apresentação de Miguel Quintas, João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, informou que falou com Carlos Moedas antes de anunciar publicamente o candidato liberal, explicando que esta era uma decisão que dizia respeito à estratégia do partido.

À esquerda, o PCP e Bloco de Esquerda afastam uma aliança à escala autárquica e irão também apresentar os seus candidatos. Na última semana, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu que João Ferreira, eurodeputado e vereador pela câmara de Lisboa, poderá ser o candidato pela CDU (coligação que junta o PCP e o PEV).

Notícia actualizada: Acrescenta a entrevista de Nuno Graciano ao podcast Maluco Beleza em 2016.

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