A terceira ponte entre Valença e Tui será pedonal e ciclável

A construção da nova ligação entre as duas cidades integra-se num projecto maior: a criação de um parque urbano fluvial transfronteiriço. A nova ponte, que terá entre 350 e 400 metros de extensão, será “panorâmica e suspensa”. O concurso para a apresentação de ideias será lançado em cinco meses.

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Ainda que o rio Minho separe as cidades de Valença e de Tui, na Galiza, as suas populações foram construindo “relações de comércio, amizade e confraternização” ao longo dos tempos. Ajudaram, nesse aspecto, a centenária Ponte Rodo-Ferroviária e a Ponte Internacional, orientadas “fundamentalmente para o trânsito de veículos, mais do que pessoas”. Agora, as duas autarquias vão unir esforços para construir uma outra ponte sobre o rio Minho para unir os territórios. Desta vez, a ponte será pedonal e ciclável.

A sua construção está integrada no projecto de um futuro parque urbano fluvial transfronteiriço, apresentado na manhã desta quinta-feira nos Paços do Concelho de Valença. A sessão contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Valença, Manuel Lopes, e o alcaide de Tui, Henrique Cabalero. “A partir de hoje, tudo será diferente”, garantiu o autarca do município valenciano, referindo que este projecto “foi sendo amadurecido ao longo de vários meses”. A nova ponte, a terceira a ligar as duas cidades, será “panorâmica e suspensa”, com “um perfil moderno”, e terá “entre 350 e 400 metros” de extensão, ligando a freguesia de Ganfei, em Valença, à marina de Tui.

O projecto apresentado prevê a criação de um percurso que se estenderá por 5,7 quilómetros entre as duas cidades. Percorrê-lo será possível através dos troços das ecovias do Rio Minho/ Marginal da Senhora da Cabeça, Veigas do Rio Minho e Paseo Fluvial de Tui. Serão ainda construídas outras ligações. Para além disso, o Parque da Senhora da Cabeça será requalificado para “usufruto da população”, com zonas de lazer e desporto “para toda a gente”, avançou Manuel Lopes. Ao todo, o projecto ligará “uma área vasta de 25 hectares”, entre a Senhora da Cabeça e a “zona em frente à Catedral de Tui”.

O autarca lembrou que o projecto ainda se encontra numa “fase embrionária”. Já existe um estudo para avaliar o impacto da empreitada. Manuel Lopes disse prever que o concurso para a apresentação de ideias por arquitectos e gabinetes de arquitectura seja lançado “em quatro ou cinco meses”. Sem avançar uma data para o início da construção do parque transfronteiriço, o presidente do município de Valença adiantou que a obra poderá custar “mais de 5 milhões de euros”, acrescentando que o financiamento depende de fundos europeus.

Para Henrique Cabalero, há um “novo conceito de mobilidade” que justifica a “necessidade de construir uma ponte exclusivamente pedonal para facilitar a mobilidade das pessoas e conectar territórios”, ligando “dois cascos históricos”. O alcaide de Tui lembrou que a constituição de uma Eurocidade entre os dois municípios, em 2012, propulsa o desenvolvimento de projectos que contribuem para “o sentimento de identidade” partilhado entre as populações.

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