As cidades em que vivemos são cada vez mais smart e, com o impulso de uma tecnologia tão promissora como o 5G, as expectativas são altas. A quinta geração de redes móveis tem a capacidade de suportar mais equipamentos IoT (Internet das Coisas) do que nunca, além de velocidades mais rápidas e de uma latência bastante reduzida. Como tal, a forma como comunicamos, não só uns com os outros, mas também com os equipamentos ou os automóveis entre si, vai sofrer uma revolução histórica.

Resumindo, as smart cities têm como principal objectivo recorrer à tecnologia para se tornarem mais eficientes, como por exemplo em termos energéticos e de mobilidade ou até do ponto de vista de segurança. As ferramentas digitais recolhem dados, que depois são processados e interpretados, simplificando e optimizando os recursos que utilizamos.

Não obstante, e mesmo sabendo que esta será uma revolução a médio-longo prazo, já podemos falar do seu impacto quase instantâneo. Isto porque, ainda que longe de atingir o seu máximo potencial quando for lançado, o 5G tem a capacidade de proporcionar diferenças no dia-a-dia das cidades. A influência da tecnologia já se faz sentir em várias cidades da Europa – e não só –, pelo que já é possível fazer algumas leituras acerca do seu potencial mais imediato.

Casos de sucesso do 5G na Europa

A tecnologia em geral, e o 5G em particular, podem ajudar – e muito – o modo como as smart cities funcionam. As mais-valias vão desde o planeamento urbano à prevenção da poluição do ar, passando ainda pela segurança pública e pelo controlo da utilização de recursos, como a água.​

Apesar de estarmos numa fase ainda prematura, é possível perceber a influência do 5G em cidades onde já se encontra disponível.

Milão, Itália

A Vodafone Itália é um dos exemplos incontornáveis quando se fala do 5G em acção. Em Junho de 2019, cinco cidades (Milão, Turim, Bolonha, Roma e Nápoles) passaram a ter acesso à quinta geração de redes móveis, sendo que já é possível observar alguns resultados. O caso de Milão é um dos que mais se destaca na Europa.​
80% da cidade tinha cobertura de 5G em 2018, atingindo os 100% no ano seguinte. Um dos primeiros use case desenvolvidos pela Vodafone em Milão foi o Last Mile Logistics: o YAPE trata-se de um veículo eléctrico ultraleve autónomo utilizado para entregas em centros urbanos, contribuindo para uma redução considerável dos níveis de poluição e de tráfego. Seguiu-se o Aerial Live Streaming, que passa pela transmissão de imagem em directo a partir do ar, com recurso a drone. Mas o que muda com o 5G? Com esta inovação, podemos ter o drone no ar a recolher informação em tempo real, mesmo em sítios onde não conseguimos aceder.​

Apresentamos-lhe dois exemplos, em áreas distintas:

Cultura: visitar locais históricos através do 5G

Num mundo ainda dominado pela pandemia, em que todos ansiamos por sair da casa, a Vodafone Itália resolveu essa questão sem necessitarmos de sair do sofá.  Com um smartphone, auscultadores e uma aplicação de realidade virtual conseguimos visitar, em tempo real, monumentos, museus ou outros locais históricos. Uma experiência envolvente e memorável, com toda a segurança e sem sair de casa.

Saiba mais sobre este projecto aqui.
 

Educação: Uma nova forma de ensino

A tecnologia tem vindo a revolucionar o ensino, mas com o 5G podemos chegar a novos modelos, até agora impensáveis. A Vodafone Itália desenvolveu uma solução que agrega realidade mista, aumentada e virtual em prol do ensino. Esta solução permite aos professores e alunos acederem a conteúdos em modelos 3D animados, vídeos em 4K e hologramas potenciando uma nova experiência de ensino.

Saiba mais sobre este projecto aqui.

Madrid, Espanha

Também em Junho de 2019, a Vodafone Espanha disponibilizou a quinta geração de redes móveis em 15 cidades do país vizinho: Madrid, Barcelona, Valência, Sevilha, Málaga, Saragoça, Bilbao, Vitoria, San Sebastián, Corunha, Vigo, Gijón, Pamplona, Logroño e Santander.
Segundo o MedUX, num estudo publicado em Fevereiro de 2020, as melhorias do 5G em relação ao 4G já eram notórias em Madrid:
- A rede 5G chega a ser oito vezes superior ao 4G
- Um filme de 6 GB, que normalmente demoraria 11 minutos a ser descarregado (4G), demora apenas um minuto com 5G (máximo de 950 Mbps e média de 670 Mbps)
- Velocidades de upload três vezes mais rápidas (média de 61,5 Mbps)
- Já se registam latências mais baixas, na ordem dos 32% (29,1 milissegundos no 5G)

Há cerca de um ano, a Vodafone Espanha criou a maior plataforma de utilizadores 5G, o Campus 5G, para os seus 4300 funcionários testarem os serviços, cobertura e velocidade da rede. A mesma empresa apostou também numa iniciativa histórica para a medicina: o “Cirurgião Remoto”. Desta feita em Barcelona, o projecto procura analisar a capacidade da quinta geração de redes móveis mediar, graças às suas ferramentas inéditas, nomeadamente em termos de latência, uma operação à distância. O “Cirurgião Remoto” destina-se sobretudo à formação de cirurgiões e permite que dois cirurgiões, que se encontram em partes diferentes do mundo, possam partilhar uma cirurgia e, acima de tudo, informação e conhecimento em tempo real, numa profissão em que cada decisão e cada segundo são críticos. 

Londres, Reino Unido

A quinta geração de redes móveis chegou oficialmente ao Reino Unido em Maio de 2019. Em Outubro de 2020, eram já 112 as cidades e outras localidades com acesso a 5G, colocando a região destacada no que diz respeito ao “campeonato” do 5G.​

Já em relação à capital, segundo o relatório “Roadmap to 5G: Achieving world class digital connectivity in London”, publicado na antecipação do lançamento da quinta geração na cidade, há sobretudo mais-valias a três níveis:

• Saúde: o 5G vai permitir a adopção, em larga escala, da tele-saúde, acessível em smartphones e outros dispositivos – esta é uma rede de maior confiança e segurança.
• Transporte: os passageiros passam a beneficiar de sistemas rodoviários smart, capazes de reduzir o congestionamento de tráfego em 10%. Isso permitirá economizar 880 milhões de libras por ano.
• Serviços locais: as autarquias podem poupar até 2,8 mil milhões de libras por ano graças à introdução de iluminação inteligente e recolha smart de lixo.

Há ainda uma grande expectativa em relação aos benefícios do 5G no período pós-Covid, sobretudo no que diz respeito às finanças do Reino Unido. Um relatório da Vodafone estima que, nos próximos 10 anos, a economia local possa ganhar mais 158 mil milhões de libras, além da criação de novos empregos e oportunidades de negócio.

Vejamos o caso da Vodafone, no Reino Unido, que se associou à Centrica (em County Durham) para desenvolver uma solução 5G para revolucionar o sector da energia e dos serviços públicos. Através dessa solução de rede privada móvel 5G, que se destaca pela elevada velocidade e pela baixa latência, é possível fazer a gestão digital de toda a fábrica, permitindo melhorar não só a eficiência dos processos, mas também avaliar o risco e a urgência de reparações, o que conduz a resultados mais eficientes em termos de custos económicos.

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Ocidente vs. Oriente: onde impera o 5G?

A quinta geração de redes móveis chega a toda a velocidade, com Portugal a ser uma das suas próximas paragens. Pelo mundo, são já muitas as cidades que se destacam pela positiva com a implementação das redes 5G, possibilitando novas ferramentas aos cidadãos e tornando as suas cidades cada vez mais smart. 

A hegemonia do Oriente na “corrida” do 5G é mais visível ao analisar quantas cidades já disponibilizam a quinta geração de redes móveis por país. No top 3, a Coreia do Sul surge destacada com 85 cidades, seguindo-se a China com 57 e os Estados Unidos com 50.