Em Ponte da Barca, há uma casa “anticonfinamento” suspensa no topo das árvores

Uma casa suspensa na copa das árvores não é um lar habitual, mas João Marques Franco não pretendia que assim fosse. O projecto Treetop House, em Ponte da Barca, é uma casa “anticonfinamento” que funciona como uma extensão da natureza.

Primeiro Plano Audiovisual
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Suspensa num declive acentuado sobre a densa plantação de oliveiras, castanheiros e carvalhos. Um imaginário de criança? Talvez para quem sonhava com uma casa na árvore, mas na verdade é assim que pode ser descrita a Treetop House, em Ponte da Barca. Uma casa “anticonfinamento”, nas palavras do seu criador, o arquitecto João Marques Franco, construída em plena pandemia com o propósito de ser parte integrante do cenário natural. São 360 graus de paisagem verde, onde o nível dos olhos encontra as copas das árvores, revelando um cenário diferente em cada estação do ano e uma paisagem muito distinta daquela que os actuais moradores viam do seu anterior apartamento.

O terreno já pertencia à família dos proprietários, Emanuel Pio e Graça Pires. Desenhada para um pintor e para uma professora de história de arte, ficou claro que romper com as características tradicionais das casas era a grande ambição. Não existe um telhado cor de laranja, divisões compartimentadas por paredes, abundância de cores ou de materiais.  "Nada tenta ser espectacular. Nada tenta ser inovador nos materiais, porque para isso já existem os arranha-céus no Dubai”, começa por explicar ao P3 João Marques Franco.

No exterior — como mostram as fotografias e o vídeo do Primeiro Plano Audiovisual — o betão já começa a ganhar a tonalidade verde do musgo, as trepadeiras já sobem as colunas e os troncos das árvores “tocam nas janelas como a dizer que querem entrar”, abraçando o edifício à medida que vão crescendo.

No interior, a diluição dos espaços não é excepção. As janelas que ladeiam toda a casa permitem ver as árvores no terreno, mas é no tecto que está a maior particularidade. “Há partes do tecto em que se vêem, misturadas com o betão, as folhas. Algumas já começam a cair e deixam a textura no betão. É algo que eu acho poético que vai ficar nos próximos 100 anos”, enfatiza. Na ausência de paredes, são os móveis que delimitam os espaços. Há uma lareira que nunca chega a tocar no chão, os livros pertencem a todo o lado menos às estantes e a arte surge pendurada nos sítios “mais inesperados”.

A Treetop House foi o primeiro projecto de João Marques Franco, de 33 anos. Começou a desenhá-la em 2011 quando ainda estava a completar a faculdade e construiu-a entre 2017 e 2020. Questionar os proprietários sobre a reacção só aconteceu mais tarde, depois da excitação inicial e de se ter apercebido dos “defeitos e coisas" que hoje faria de "forma diferente". Um ano depois, João voltou ao local. Conviveu durante um dia com os donos, usufruiu da varanda e da vista. Em poucos minutos, teve a certeza de algo que o invadiu durante o primeiro confinamento: a vontade de ter uma casa assim. 

Texto editado por Amanda Ribeiro

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