Raúl Alarcón é suspenso por doping e perde Voltas a Portugal

Castigo aplicado pela UCI ao ciclista espanhol tem a duração de quatro anos.

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LUSA/NUNO VEIGA

Raúl Alarcón já não é o campeão das Voltas a Portugal 2017 e 2018. O ciclista espanhol, de 34 anos, foi suspenso por doping pela Ciclista Internacional (UCI), vendo anulados os resultados entre Julho de 2015 e Outubro de 2019 – período que compreende as duas conquistas do atleta na Volta a Portugal.

Com a suspensão até 2023 imposta pela UCI, que fala de “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”, o ciclista vê confirmada a sanção inicial provisória que já lhe tinha sido indicada em 2019.

Alarcón, que é o quinto corredor a perder o triunfo na Volta a Portugal por doping (os outros foram Marco Chagas, Joaquim Agostinho, Fernando Mendes e Nuno Ribeiro), conseguiu os principais resultados da carreira num período relativamente curto, sobretudo nos anos de 2017 e 2018 – Volta a Portugal, Volta às Astúrias (superou Nairo Quintana) e segundo lugar na Volta a Madrid (à frente de nomes como Richard Carapaz ou Sergio Higuita).

Primeira Volta para Joni Brandão

O castigo imposto a Alarcón é uma má notícia para o ciclismo, mas boa para o português Joni Brandão. Já com três segundos lugares na prova portuguesa, Brandão era o eterno “pé frio”, mas é, agora, com a suspensão de Alarcón, o vencedor da Volta de 2018.

Já a edição anterior, também arrebatada por Alarcón, passa para as mãos de Amaro Antunes, vencedor da edição especial da prova, em 2020.

Em matéria de clubes estas mudanças têm efeitos importantes: a W52/FC Porto (embora com designações diferentes ao longo dos anos) vê interrompida a série de oito triunfos consecutivos na Volta a Portugal, enquanto o Sporting/Tavira, com Joni Brandão, conquista uma prova que lhe escapava desde 2011.

Em reacção a este castigo, Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, lamentou o episódio de doping, mais um na modalidade, mas mostrou-se satisfeito com a forma como o ciclismo se tem destacado na luta anti-doping.

“São sempre notícias negativas, mas também faz parte de um processo de credibilização que o ciclismo tem vindo a sofrer nos últimos anos e que, agora, demonstra que o sistema funciona. Lamento imenso o que está a acontecer, porque é negativo, mas é o caminho que foi traçado internacionalmente, que está a ser traçado também em Portugal e que tem como principal objectivo credibilizar a nossa modalidade e demonstrar que, neste caso, estamos na vanguarda da luta anti-doping”, salientou o dirigente.

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