Marcelo põe referendo à regionalização nas mãos dos portugueses e diz que a democracia não corre riscos

Presidente da República reuniu-se no Porto com líderes e representantes de várias confissões religiosas e fez uma visita-relâmpago ao Bairro do Cerco, em Campanhã, que não constava do programa.

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Presidente da República visitou o bairro do Cerco do Porto no dia da tomada de posse
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Em dia de tomada de posse, o Presidente da República, com mandato renovado, escolheu o Porto para falar de liberdade e de tolerância. No primeiro dia do seu novo mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa acenou com o novo referendo à regionalização, respondeu ao seu antecessor, declarando que “há 48 anos que não há risco de não haver democracia” e referiu-se à pandemia como “um desafio muito difícil para os próximos messes” e à reconstrução do país como “um desafio muito difícil para os próximos anos”.

 À saída da Câmara do Porto, onde decorreu a cerimónia ecuménica com líderes e representantes de várias confissões religiosas, o Presidente da República pronunciou-se sobre a descentralização, em resposta a uma pergunta de uma jornalista, e afirmou que uma das formas de os portugueses voltarem a ser ouvidos no âmbito do processo da descentralização/regionalização é através de um referendo. E lembrou que a “Constituição prevê que os portugueses tenham uma palavra decisiva sobre o assunto”.

“A descentralização vai ser mais longe ou menos longe, de acordo com a vontade dos portugueses”, declarou. Logo a seguir, o Presidente da República haveria de ser confrontado com as recentes declarações de Cavaco Silva, que se mostrou preocupado com a “deterioração da qualidade” da democracia. O tema tinha sido abordado de manhã, em Lisboa, e repercutiu-se da parte de tarde com Marcelo a ser questionado, agora, no Porto, sobre a possibilidade de a pandemia poder colocar em risco o regime democrático.

”Há 48 anos que não há risco de não haver democracia por uma razão muito simples: os portugueses são democratas, e porque, felizmente, tivemos sempre em lugares de responsabilidade na Presidência da República e na chefia do governo, no Parlamento e no poder local e nos órgãos regionais, democratas, pessoas a garantirem e a jurarem garantir a defesa, o cumprimento e, mais do que isso, a salvaguarda do cumprimento de uma Constituição democrática. Isso é a melhor garantia que temos”, declarou.

E numa farpa directa a Cavaco afirmou: “Quem tem passado pelo poder e, certamente, quem está no poder jura fidelidade à democracia e esse juramento vale para toda a vida. Vale enquanto se é presidente, enquanto se é primeiro-ministro, enquanto se é governante, enquanto se é governante regional ou local até ao final da vida luta-se pela democracia e felizmente é o que pensam os portugueses”.

A partir do Porto, Marcelo voltou a apelar à estabilidade política em tempo de pandemia, mas foi de liberdade que quis falar. “É preciso “tudo fazer” para “defender a liberdade”, num tempo em que é tão sedutor encontrar bodes expiatórios”. “Apelo para que, em salutar diálogo e convergência de propósitos, tudo façamos para defender a liberdade, a tolerância e a compreensão mútua, num tempo em que é tão sedutor dividir e catalogar, encontrar bodes expiratórios, acusar sem fundamento, marginalizar sem humanidade”, defendeu. E dirigindo-se aos líderes e representantes de várias confissões religiosas, agradeceu-lhes, em nome de Portugal, o contributo dado ao longo de um ano de pandemia. E pediu mais. “Portugal pede-vos um novo contributo por palavras e por obras para a pacificação dos espíritos, a aceitação do diferente, a aceitação do diverso, a aceitação do estranho”, disse o Presidente que antes da sessão esteve reunido à porta fechada com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Num discurso marcado pelas palavras “gratidão” e “apelo”, Marcelo, católico praticante, recordou que há cinco anos fez em Lisboa uma sessão semelhante com vários credos religiosos e que agora repetia o “singelo encontro” como “um sinal dado aos portugueses daquilo que os deve unir: o respeito da liberdade e pela diversidade”. E porque o Porto é a cidade da liberdade, o chefe de Estado quis falar do espírito da tolerância.” [Este é] um sinal dado não em Lisboa, mas no Porto, coração da luta pela liberdade há 200 anos, para que entenda bem que o espírito ecuménico, o espírito da abertura, o espírito da tolerância, o espírito do respeito dos demais, é um espírito nacional e deve ser nacional. A todos importa sem excepção porque importa a Portugal e aos Portugueses”, sustentou.

Em dia de tomada de posse, sem banho de multidão, Marcelo foi igual a Marcelo ao incluir uma visita ao Bairro do Cerco do Porto, que está a ser reabilitado, e que não constava do programa. Dezenas de pessoas saíram à rua para saudar o Presidente que justificou a visita com a necessidade de voltar ao local onde esteve há cinco anos durante a sua tomada de posse para o primeiro mandato e se rendeu ao hip hop.

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