Explosões em quartel na Guiné Equatorial fazem pelo menos 31 mortos

O Presidente apontou a negligência como causa das explosões. As pessoas estão a ser encaminhadas para outras áreas da cidade com receio de nova explosão.

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Segundo o presidente, "o impacto da explosão causou danos em quase todas as casas e edifícios em Bata" LUSA/JOSE LUIS ABECARA AGUESOMO

O número de vítimas de uma série de explosões num quartel militar em Bata, a maior cidade e capital económica da Guiné Equatorial, subiu esta segunda-feira para 31, depois de dez cadáveres terem sido descobertos nos escombros. Há 600 feridos.

“Dez corpos foram removidos dos escombros esta manhã pelas equipas de salvamento, que retomaram as buscas”, avançou um jornalista da TVGE, televisão estatal. A mesma informação referia que três crianças de três e quatro anos foram retiradas vivas das ruínas de casas e transferidas para o hospital.

As explosões de domingo dizimaram os edifícios do quartel que acolhia as forças especiais da Unidade de Intervenção Rápida Nkuantoma, no Bairro de Mondong Nkuantoma. O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, apontou a negligência como causa das explosões, que atribuiu a queimadas em terrenos das proximidades que se alastraram aos paióis e causaram as explosões.

 “O impacto da explosão causou danos em quase todas as casas e edifícios em Bata”, acrescentou o chefe de Estado, que anunciou a abertura de uma investigação às causas do acidente, tendo apresentado também as condolências aos familiares das vítimas e desejado as melhoras aos feridos.

Para o partido opositor Convergência para a Democracia Social (CPDS), trata-se da “maior catástrofe humana da história da Guiné Equatorial”. Num comunicado, a formação critica que nenhum representante do Governo tenha informado o povo durante as “oito longas horas após a catástrofe”.

O quartel situa-se numa zona habitacional e um residente contou à AFP que “as casas continuam a arder e todos os habitantes dos bairros num raio de dois a quatro quilómetros do local das explosões não puderam regressar”.

Os militares ordenaram a evacuação do Bairro de Nkolombong, a zona mais povoada da cidade de Bata, vizinha do bairro onde eclodiu a explosão, Nkuantoma. “Os residentes estão a ser mandados imediatamente para outras áreas da cidade e multidões de pessoas correm em pânico nas ruas sem qualquer direcção” por receios de novas explosões.

A “grandeza dos danos causados nas infra-estruturas públicas e privadas” obrigou ao apelo à ajuda internacional, declarou o Presidente, acrescentando que sem a ajuda internacional e os apoios privados o país não conseguirá a quantia financeira necessária à recuperação.

Um médico citado pela TVGE classificou a situação como um “momento de crise”, num momento já frágil devido à pandemia provocada pela covid-19. O país não só enfrenta uma crise económica provocada pela quebra dos preços do petróleo, mas também uma crise sanitária, consequente do novo coronavírus.

Embora o país da África Central seja rico em petróleo e gás, a maioria da população vive abaixo do limiar da pobreza.

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