Já abriu o primeiro hospital privado dos Açores. “Temos especificidades que não havia na região”.

Foi inaugurado o Hospital Internacional dos Açores, o primeiro hospital privado dos Açores. É um investimento de cerca de 40 milhões de euros e está localizado no concelho da Lagoa, em São Miguel.

Foto

Esta segunda-feira foi oficialmente inaugurado o Hospital Internacional dos Açores (HIA), o primeiro hospital privado da região, menos de três anos após o lançamento da primeira pedra. Localizado no concelho da Lagoa, na ilha de São Miguel, representa um investimento de cerca de 40 milhões de euros e vai contar, para já, com cerca 180 profissionais.

“Neste momento, a nível nacional, penso que os Açores já seriam a única região, tirando algumas regiões no interior do país, que não tinham uma unidade e um projecto deste tipo”, realça ao PÚBLICO o presidente do conselho de administração do HIA, Luís Miguel Farinha, que foi durante 20 anos director financeiro do grupo HPA Saúde, responsável por vários serviços hospitalares no Algarve.

O novo hospital, diz, vai “acrescentar volume à capacidade instalada” na região e criar uma “série de redundâncias importantes”. “Trazemos algumas áreas de diferenciação que não existiam apesar de a região estar bem servida”, afirma, dando o exemplo das novidades ao nível da cirurgia cardíaca, da vitrectomia ou da cirurgia estética: “Temos especificidades que não havia na região”.

O HIA marca o início dos cuidados hospitalares privados numa região parca em recursos de saúde. Num arquipélago com nove ilhas, estendidas por uma área de mais de 2,3 mil quilómetros quadrados, existem três hospitais públicos, divididos pelas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial e destinados a servir uma população de cerca de 245 mil pessoas. As restantes ilhas são dotadas de centros de saúde.

“Nós temos praticamente todas as especialidades, quase meia centena”, assinala Luís Farinha, considerando o investimento como “bastante completo”. O novo hospital, que terá perto de 96 camas, vai arrancar com cerca de 60 médicos e mais 120 outros profissionais. “Depois vamos crescer para números superiores”, perspectiva o presidente do conselho de administração.

Numa região onde a escassez também se regista ao nível dos profissionais de saúde, a criação de um hospital privado poderá retirar recursos ao sector público? “O nosso modelo não tem sido esse”, responde o responsável. Luís Farinha destaca que o HIA procurou, “essencialmente, trazer médicos do continente”. No caso dos médicos que já exerciam na região, o planeamento foi feito para que a actividade dos profissionais no privado não colidisse com a do público.

“No caso dos médicos que já exerciam na região, mas que também gostariam de usufruir da oferta privada, demos-lhes essa oportunidade, mas organizando as coisas de forma a não entrar em competição com o público”, explica. Por isso, conclui: “não foi contratado ninguém dos quadros do hospital” Divino Espírito Santo, o hospital público da ilha de São Miguel.

O investimento total do HIA foi de cerca de 40 milhões de euros. A sociedade maioritária no capital é a Diagonal Stream com 51%, liderada por Luís Farinha. Entre os accionistas do novo hospital inclui-se ainda o grupo Germano de Sousa, com uma participação de 5%.

Sugerir correcção
Comentar