Benfica vence e liberta-se da apatia com 20 minutos de futebol

Haris Seferovic, com um “bis”, e Lucas Veríssimo, estreando-se a marcar pelo clube, resolveram o jogo frente à Belenenses SAD, no Jamor.

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Reuters/PEDRO NUNES

Ficaram famosos os “15 minutos à Benfica”, celebrizados na década de 70, e, nesta segunda-feira, os “encarnados” reciclaram o conceito. Acrescentando cinco minutos ao mantra de há algumas décadas, foram 20 os necessários para resolver o jogo frente à Belenenses SAD. As “águias” venceram por 0-3, no Jamor, em jogo da ronda 22 da I Liga, triunfo que lhes permite interromper a penosa série de cinco jogos sem vencer fora de casa e chegar às três vitórias internas consecutivas, algo que não acontecia desde Dezembro.

Com este resultado, os “encarnados” não saem do quarto lugar, mas ficam a apenas um ponto do Sp. Braga, que defrontará o V. Guimarães, nesta terça-feira, com uma pressão adicional. Já a Belenenses SAD continua em 12.º lugar, dois pontos acima da zona de descida de divisão.

Numa visão geral ao jogo, a exibição do Benfica esteve globalmente longe de convencer, depois de 45 minutos fracos, lentos e previsíveis, mas os referidos 20 minutos de qualidade, após o intervalo, foram suficientes. Já a Belenenses SAD pouco pôde fazer perante a dinâmica adversária após o descanso.

Mau jogo até ao intervalo

A primeira parte foi um jogo algo entediante e quase sempre jogado a ritmo lento. Apesar de qualquer das equipas precisar avidamente dos três pontos, nenhuma trouxe mais do que apatia, lentidão, muitos passes falhados (sobretudo o Benfica) e, globalmente, escassez de soluções.

Num 5x4x1 pouco mutável com bola, a Belenenses SAD esteve quase sempre em processo defensivo e, quando saía para o ataque, não levava muitos jogadores para essas aventuras – que foram sobretudo duas: aos 36’, com remate de Varela após ganhar um ressalto a Otamendi, e aos 40’, com Everton a impedir Miguel Cardoso de finalizar em boa posição.

Frente a uma defesa com três centrais, geralmente pede-se que a equipa que tem a bola atraia um dos defesas adversários, com apoios frontais, para depois explorar o espaço deixado livre nessa zona. O Benfica fê-lo apenas um par de vezes, motivo pelo qual raramente se infiltrou no denso bloco azul.

Numa delas, aos 21’, Waldschmidt foi lançado em profundidade, sem sucesso, e na outra, aos 24’, Pizzi surgiu de trás explorando precisamente o espaço deixado pelo defesa deslocado por Seferovic. Isolado por Grimaldo, não conseguiu finalizar perante Kritciuk.

No minuto seguinte houve um cruzamento de Rafa que Seferovic, em excelente posição, cabeceou de forma deficiente. E foi só.

Benfica mudado

Na segunda parte, sem fazer alterações tácticas ou substituições, o Benfica surgiu diferente. Mais intenso sem bola e, sobretudo, muito mais agressivo e rápido com ela. Os passes saíram tensos, os jogadores estiveram mais dinâmicos e isso, frente a um bloco tão denso, faz toda a diferença.

Com a rapidez na circulação, o Benfica “chamou” duas vezes a Belenenses SAD, que subiu vários metros a linha defensiva, rompendo, de certa forma, a lógica do posicionamento da primeira parte.

Com a defesa azul bem mais subida, a tentar pressionar uns metros à frente, o Benfica resolveu o jogo. No primeiro lance, aos 55’, Everton saiu em transição e descobriu Grimaldo, que cruzou para uma finalização de Seferovic.

Três minutos depois, Seferovic explorou a profundidade, movimento em que é forte, e, isolado por Diogo Gonçalves, finalizou perante Kritciuk.  

Aos 65’, o Benfica “matou” o jogo. Grimaldo voltou a ser o homem do cruzamento, após um canto curto, e Veríssimo foi, desta vez, o homem da finalização – o primeiro golo pelo Benfica

A partir daqui, exceptuando uma oportunidade de golo perdida por Cassierra, pouco se passou. O Benfica controlou a partida com bola e a Belenenses SAD, resignada, aceitou que o tempo passasse. Pouco mais podia fazer.

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