Jesus critica técnicos portugueses pelo “mata, mata” contra o Benfica

Na antevisão da deslocação ao Jamor para defrontar o Belenenses SAD, o treinador do Benfica disse ainda que quer cumprir o contrato de dois anos com os “encarnados”.

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LUSA/MARIO CRUZ

A 16 pontos do Sporting e a seis do FC Porto, e com apenas um de vantagem sobre o Paços de Ferreira, equipas que já venceram na 22.ª jornada da I Liga – o Sp. Braga apenas joga na terça-feira -, o Benfica terá nesta segunda-feira, no Jamor, contra o Belenenses SAD, mais uma “final” na luta por tentar garantir, pelo menos, um lugar que dê acesso na próxima época à Liga dos Campeões. Na antevisão da partida frente aos “azuis”, Jorge Jesus mostrou-se preocupado pela ausência de vitórias fora de casa em 2021 e pela estratégia dos rivais quando defrontam os “encarnados”: “Só ouço os treinadores portugueses quando jogam contra o Benfica dizerem: ‘falta, falta, mata, mata, mata’. Mas mata o quê?”

Após conseguir a meio da semana garantir o objectivo de disputar a final da Taça de Portugal, Jesus fez a antevisão de “um jogo especial”, por se tratar “de um clube pelo qual” tem “um carinho especial” por ter sido “treinador e jogador do Belenenses”. “Está a fazer uma boa época. Este ano com as equipas grandes só perdeu para o Sporting e vamos encontrar um adversário com uma organização defensiva muito forte, uma equipa que espera pelas oportunidades, que tem uma boa ideia de jogo. Trata-se de um dos adversários mais difíceis a jogar na sua casa”, referiu o treinador benfiquista.

Com dificuldades de comunicação com Waldschmidt – “Já percebi que ele não percebe o que digo” -, que ainda “anda à procura daquele caminho que nos entusiasmou quando chegou”, Jesus disse que Darwin e Vertonghen “têm estado com problemas físicos, mas estão a melhorar”: “Posso incluí-los na convocatória e vou ver a resposta que me vão dar amanhã [segunda-feira].”

Garantindo que o relvado do Estádio Nacional “não vai ser desculpa” para o “rendimento” do Benfica, porque a sua equipa terá que “arranjar soluções para as dificuldades que o jogo possa ter”, Jesus passou ao ataque quando o tema foi a estratégia que os rivais encontram quando jogam contra as “águias”.

Para Jesus, “as estatísticas estão aí” e mostram que “em Portugal há anti-jogo”, algo que “também é da responsabilidade dos árbitros”. Porém, o principal alvo das críticas do técnico benfiquista foram os seus colegas de profissão portugueses: “A preocupação de muitos treinadores é “mata… mata… mata”. Mata quem? A jogada. São questões que se colocam do ponto de vista desportivo, mas também profissional.”

Sem se deter, Jorge Jesus acrescentou que “não é a característica principal de um treinador dizer a um jogador para matar e fazer falta” e deu como exemplo a partida que fez em Atenas, contra o Arsenal, na Liga Europa. “Sabem quantas faltas o Benfica fez? Três, três faltas. O que quero ensinar aos meus jogadores é a organizaram-se defensivamente e a pararem o jogo do adversário pela organização defensiva. Não é estar constantemente a dizer ‘falta, falta, mata, mata’. Só ouço os treinadores portugueses dizerem ‘mata, mata’ quando jogam contra o Benfica. Mas mata o quê?”

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