Sérgio Conceição apela ao carácter, ambição e paixão para Barcelos

A dez pontos do líder, remetido para o terceiro lugar e afastado da final da Taça de Portugal, o treinador do FC Porto precisa de uma resposta cabal frente ao Gil Vicente para poder recuperar a vice-liderança.

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LUSA/JOSE SENA GOULAO

Depois de falhar um dos objectivos da época, com a eliminação na meia-final da Taça de Portugal, o FC Porto enfrenta o Gil Vicente, este sábado, às 18 horas, em Barcelos, empenhado em recuperar o segundo lugar do campeonato, perdido para o Sp. Braga na última jornada.

Sérgio Conceição já referenciou os pecados cometidos no Dragão, assumindo uma fatia da responsabilidade, embora admita que a conjuntura que se vive, em plena pandemia, e a qualidade dos plantéis do campeonato português, quando comparada com os de há cinco ou seis anos, reduz o leque de opções.

Mas o que o treinador do FC Porto enfatiza num momento de grande tensão, com o campeonato bem encaminhado para o Sporting depois do empate no clássico, é o carácter, ambição e o empenho que exige dos jogadores, para não ter que andar “aziado”.

Sobre o Gil Vicente, que recentemente enfrentou para a Taça de Portugal, Conceição entende que a postura dos gilistas depende do que o FC Porto fizer em campo, para impedir que o adversário contribua para o agravar do momento dos “dragões”, que viram o Benfica aproximar-se do terceiro lugar.

“A confiança é total em toda a gente, mas há jogadores que acabam a época com mais minutos do que outros e que têm peso na equipa”, assumiu, sem com isso cercear a ambição dos menos utilizados. “Há os que não jogam tanto, mas que de um momento para o outro ganham espaço pelo seu trabalho. O que faço não é qualquer tipo de gestão. Como clube grande, temos de ser competitivos em todas as competições”.

Este foi o mote para o treinador do FC Porto sobre o calendário e a questão da qualidade e das opções. “Sem querer utilizar isso como desculpa, tem havido uma densidade competitiva acima do normal. Pouco tempo de férias, o acumular de jogos, com praticamente três meses de confinamento… Tudo isto tem reflexo num plantel que sofreu em termos de qualidade de opções, o que não acontece só no FC Porto. Se olharmos aos plantéis de há cinco ou seis anos e aos jogadores que actuavam em Portugal, verificamos que hoje estão nos melhores campeonatos do mundo. E estou a lembrar-me de alguns do FC Porto”, recordou, antes de assumir o falhanço da Taça.

“O último jogo foi muito mau e não tem nada a ver com o que somos enquanto equipa. Estive até às três da manhã a ‘picar’ o jogo todo porque vamos para estágio e quero discutir com os jogadores muito do que não fizemos”, avisou, absolvendo pecados como o do lateral Sarr.

“Não é um erro técnico, um drible que saiu mal ou um remate desenquadrado que me provoca azia. Fico muito aziado é se faltar algum tipo de atitude e compromisso aos jogadores. Isso para mim é essencial no futebol como na vida. Porque faz parte do que somos como seres humanos que vivem com determinação, ambição e de forma apaixonada. Quando falta isso, falta tudo”, resumiu, numa explicação mais abrangente.

“Muitas vezes não é porque os jogadores não querem, mas há dias e jogos – e eu tenho a minha quota parte de culpa no cartório, até porque sou eu quem escolhe os jogadores e a estratégia… e quem tem que os motivar. Se tiver que fazer o pino ou despir-me, não há problema. Quero é que eles entrem bem e foi exactamente isso que lhes disse e essa a mensagem que passei”.

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