Lucro da Jerónimo Martins cai 19,9% em 2020

Dona do Pingo Doce e Biedronka registou 19,29 mil milhões de euros em receitas. Vai distribuir 50% dos lucros em dividendos e planeia investir 700 milhões em 2021

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Pedro Soares do Santos, presidente do conselho de administração da JM SGPS Rui Gaudenco

O lucro do grupo Jerónimo Martins caiu 19,9% no ano passado, face a 2019, para 312 milhões de euros, sob a Norma Internacional de Relato Financeiro IFRS 16, anunciou hoje a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo adianta que as vendas consolidadas cresceram 3,5% para 19.293 milhões de euros, com um LFL ('like-for-like’, ou vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise) de 3,5%.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) desceu 1% no ano passado, face a 2019, para 1.423 milhões de euros.

Grupo prevê investir 700 milhões em 2021

A Jerónimo Martins prevê investir 700 milhões de euros este ano, dos quais 60% serão destinados à subsidiária polaca Biedronka, e espera abrir cerca de 10 lojas Pingo Doce e remodelar 15 localizações, divulgou hoje o grupo.

“O programa capex [relativo ao investimento] mantém um papel central nas prioridades de alocação de capital do grupo e, em 2021, se as medidas de restrição que ainda possam vir a ser implementadas nos mercados em que operamos não impactarem a capacidade de execução, espera-se que se cifre em cerca de 700 milhões de euros, dos quais cerca de 60% investidos na Biedronka”, adianta a empresa, no comunicado dos resultados de 2020.

Este plano inclui a adição de cerca de 100 localizações líquidas à cadeia Biedronka, das quais metade no formato de menor dimensão, e a remodelação de 250-300 lojas, adianta a Jerónimo Martins.

“Em Portugal, o Pingo Doce espera abrir cerca de 10 lojas e remodelar 15 localizações, enquanto a Ara [cadeia de supermercados na Colômbia] se prepara para adicionar mais de 100 novas localizações à sua rede de lojas”, acrescenta a Jerónimo Martins.

“Suportados pelo sólido desempenho registado em 2020 e pela força do nosso balanço, entramos em 2021 conscientes dos desafios, com as prioridades estratégicas bem definidas e um foco inabalável na geração de caixa como garante da nossa capacidade para investir no reforço das nossas posições competitivas”, sublinha a dona do Pingo Doce. “Ao mesmo tempo, mantemos a flexibilidade para aproveitar oportunidades de crescimento consistentes com as nossa visão estratégica”, refere ainda.

Distribuição de 181 milhões em dividendos

A administração da Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos, vai propor aos accionistas a distribuição de 181 milhões de euros em dividendos, o que corresponde a um dividendo bruto de 0,288 euros por acção, divulgou hoje a dona do Pingo Doce.

“O grupo termina 2020 bem preparado, com uma inquestionável solidez de balanço e com posições competitivas reforçadas, que lhe permitirão lidar com os desafios de uma envolvente que, em 2021, ainda vai ser impactada pela pandemia de covid-19”, refere a JM.

“Assim, entende o conselho de administração propor à assembleia-geral de accionistas a distribuição de 181 milhões de euros em dividendos, correspondente à aplicação da política definida”, sendo que “esta proposta corresponde a um dividendo bruto de 0,288 euros por acção (excluindo as 859 mil acções próprias em carteira) e representa um payout de cerca de 50% dos resultados líquidos consolidados, excluídos os efeitos da aplicação da IFRS16”, refere o grupo.

A JM salienta que a “proposta de distribuição de dividendos permite ao grupo preservar total flexibilidade para acelerar os seus planos de expansão e aproveitar qualquer potencial oportunidade de crescimento não orgânico, mantendo, em simultâneo, um balanço forte”.

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