Covid-19: variante originária do Reino Unido detectada em 58% das amostras do Insa

Até ao momento, foram identificados cinco casos da variante da África do Sul e dez da do Brasil.

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Partículas do coronavírus SARS-CoV-2 (a verde) NIAID

A variante do coronavírus originária do Reino Unido foi detectada em 58% das amostras analisadas em Fevereiro pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), que considera as variantes de África do Sul e Brasil com circulação reduzida em Portugal. Até ao momento, foram identificados cinco casos da variante da África do Sul e dez da do Brasil. 

A variante associada ao Reino Unido foi detectada por sequenciação com uma frequência relativa de 58,2% na amostragem nacional de Fevereiro, mostrando um grande incremento relativamente à frequência de 16% observada em Janeiro”, refere o relatório sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença covid-19.

O relatório divulgado esta quarta-feira, que não faz a estimativa directa da prevalência a nível nacional das variantes, refere também que foram detectados, até ao momento, cinco casos da variante do vírus associada à África do Sul, sendo um destes casos identificado em Fevereiro, o que indicia que a sua circulação “é ainda limitada em Portugal”. Para além dos sete casos que já tinham sido previamente notificados e que estão associados a uma única cadeia de transmissão, foram detectados, na amostragem de Fevereiro, mais três casos da variante originária da região de Manaus, no Brasil, números que, de acordo com o Insa, sugerem que esta variante também tem uma circulação reduzida no país.

Em Fevereiro, foram ainda contabilizados 15 casos associados à variante do vírus identificada como P.2, também detectada no Brasil, e que está associada a casos de reinfecção de covid-19, avança o Insa. O relatório indica também que a variante previamente identificada com a mutação na proteína da espícula, agora designada C.16, foi identificada em 5,1% na amostragem de Fevereiro, uma percentagem relativamente igual à do mês anterior, mas mantendo uma “ampla dispersão nacional”, uma vez que foi detectada em 45 concelhos, abrangendo 11 distritos de Portugal continental, e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Desde Abril de 2020, o Insa tem vindo a estudar, em colaboração com o Instituto de Gulbenkian de Ciência (IGC), a diversidade genética do novo coronavírus com o objectivo principal de determinar os seus perfis de mutação, o que permite identificar as cadeias de transmissão e novas introduções do vírus em Portugal. No âmbito do trabalho de estudo da evolução do SARS-CoV-2, o Insa já analisou 4346 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em 75 laboratórios, hospitais e instituições, representando 252 concelhos de Portugal.

Desde o último relatório, de 5 de Fevereiro, foram analisadas mais 1085 sequências, 861 obtidas no âmbito da vigilância nacional que o Insa está a coordenar, provenientes de laboratórios distribuídos por 17 distritos de Portugal continental e das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, e 27 sequências de amostras suspeitas da presença das variantes associadas à África do Sul e Brasil.

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