PSD vê em Calado solução para recuperar Câmara do Funchal

Actual vice-presidente do governo madeirense é o nome mais falado e aquele que, aparenta reunir mais consenso no PSD para uma candidatura ao Funchal, que contará também com o apoio do CDS.

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Miguel Albuquerque poderá prescindir do seu vice no governo regional da Madeira para tentar reconquistar a Câmara do Funchal Paulo Pimenta

É a segunda vez. Depois de, em 2017, ter ido buscar ao governo regional um candidato para a presidência do Funchal, o PSD-Madeira de Miguel Albuquerque prepara-se agora para lançar Pedro Calado, vice-presidente do executivo madeirense, na corrida à principal autarquia do arquipélago.

A escolha de Calado, que tem as pastas da Economia, Finanças e ainda a coordenação política do governo, ainda não foi oficializada, mas nos bastidores do partido é o nome mais falado, e aquele que reúne mais consensos para tentar recuperar a autarquia do Funchal, que foge ao PSD desde 2013.

Do outro lado, está Miguel Silva Gouveia, o actual autarca, independente, que substituiu Paulo Cafôfo, quando este saiu da autarquia, para encabeçar a candidatura socialista às eleições regionais de 2019. Gouveia já anuncia a candidatura e conta, para já, com o apoio do PS e do Bloco de Esquerda.

Pedro Calado chegou ao governo de Albuquerque em 2017, precisamente na ressaca das autárquicas desse ano em que o PSD obteve um dos piores resultados de sempre, conseguindo apenas garantir três dos 11 municípios do arquipélago. A maior derrota, foi mesmo no Funchal, onde Rubina Leal, que era secretaria regional da Inclusão e Assuntos Sociais do governo madeirense, não só não conseguiu evitar um segundo mandato de Cafôfo, como viu o agora líder do PS-Madeira conquistar a maioria absoluta.

Calado não comenta uma eventual candidatura, mas tem experiência autárquica – foi responsável pelas finanças e número dois de Albuquerque quando este foi autarca do Funchal –, e é uma das figuras mais consensuais dentro do partido, agradando não só a ala mais próxima de Albuquerque, como a que se revê mais na antiga liderança de Alberto João Jardim.

Estas diferenças, terão sido mesmo marcantes para as derrotas do partido no Funchal. Em 2013, quando o PSD perdeu pela primeira fez a capital madeirense para Paulo Cafôfo, que surgiu à frente de uma coligação alargada de partidos (PS/BE/PND/MPT/PTP/PAN), Jardim responsabilizou as divisões internas do partido, pelo pior resultado de sempre do PSD na Madeira. Quatro anos depois, para a nova derrota no Funchal, já com Jardim afastado da liderança, terá contribuído um ajuste de contas interno, pelo que aconteceu em 2013.

A entrada de Calado no governo, ele que estava afastado da política activa desde a saída da autarquia, foi precisamente para procurar sarar essas feridas. Já em 2019, e depois de estar, pela primeira vez atrás nas sondagens, o PSD reencontrou-se internamente e conseguiu segurar, no limite, o governo madeirense, agora já em coligação com o CDS.

Os centristas são mesmo, para já, a única confirmação oficial para as autárquicas no Funchal, com o PSD a assumir que vai avançar em coligação com o CDS. A confirmação foi feita no início deste mês, e justificada pela necessidade de “estabilidade” governativa na região autónoma.

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