A pandemia e os agentes imobiliários: o trunfo da tecnologia

Como as visitas ficaram limitadas, verificou-se um crescente investimento na opção de visitas virtuais. Ter uma visão de um vídeo ou em formato 3D permitiu a clientes conhecer os imóveis sem se deslocarem fisicamente ao mesmo.

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A pandemia veio mudar por completo a forma de actuação do agente imobiliário. A tecnologia permitiu a continuidade da actividade imobiliária, mesmo não saindo de casa. Permitiu fazer vendas à distância, permitiu gerir equipas de forma mais eficaz do que aquilo que diria ser normal. 

O confinamento permite colocar as chamadas com os clientes “em dia”. Esta nova forma de trabalhar permite-nos estabelecer uma ligação de mais confiança e proximidade com os nossos clientes. Como as visitas são limitadas, verifica-se um crescente investimento na opção de visitas virtuais. Os vídeos de imóveis que, antes desta pandemia, tinham um custo absurdo, passaram a ter valores mais acessíveis, e nesse caso fazer vídeos, ou visitas 3D, resultou em algumas vendas mesmo sem visitar os imóveis. Ter uma visão de um vídeo ou em formato 3D permitiu a clientes conhecer os imóveis sem se deslocarem fisicamente ao mesmo.

A expansão permitiu-nos ir mais longe geograficamente, ou seja, conseguimos ter clientes que estavam em Luanda ou em Londres que, através das visitas virtuais ou algumas vezes por chamadas WhatsApp, conheceram a casa sem a visitar, mesmo à distância e sem ter de viajar. A tecnologia permite aproximar os clientes aos imóveis, mesmo que a decisão esteja sempre condicionada a uma visita presencial na véspera da escritura - foi possível através destas plataformas continuar em actividade.

Não é fácil trabalhar nestas condições, mas olhar para estas ferramentas permitiu-me manter o meu negócio à tona num momento tão sensível vivido por todos. E como é que estas ferramentas permitem ao agente imobiliário, na prática, manter a produtividade, de forma a conseguirmos concretizar os nossos objectivos? O WhatsApp é útil em dois aspectos, na medida em que, a comunicação com o cliente é muito mais rápida – é possível criar grupos com dois contactos ao mesmo tempo, por exemplo, um casal, e a comunicação tem-se vindo a verificar muito mais objectiva e eficiente, o que se reflecte numa venda mais rápida e directa.

As visitas virtuais também se têm vindo a verificar bastante oportunas, através da visita a 360º, uma filmagem em três dimensões. O vídeo é publicado e fica disponível, com acesso à planta do imóvel, e o cliente consegue observar a casa como se, literalmente, estivesse lá dentro. Desta forma, o imóvel torna-se mais dimensional ao captar pontos em 3D e vai aos quatro cantos da casa.

Esta realidade virtual tem vindo a ser utilizada com mais regularidade em imóveis com um valor monetário mais elevado, visto que, como o acesso aos imóveis está fisicamente limitado, as pessoas antes de tomarem uma decisão que envolve um grande valor investido pedem-nos, muitas vezes, este tipo de visitas virtuais, o que tem resultado muito bem na realidade actual. Mas não nos enganemos com esta nova realidade… As visitas virtuais são o presente, mas, na minha opinião, assim que tudo volte ao normal, as visitas físicas vão tornar a ocupar o seu lugar de destaque.

Há coisas que não conseguimos abdicar, independentemente da evolução tecnológica, e uma delas é a visita presencial o movimento de ir ver a casa fisicamente vai continuar. Por outro lado, as visitas virtuais vão ganhar mais espaço no ramo imobiliário, para pessoas que estão interessadas em comprar casa e estão restritas em termos de deslocação. Assim, permitimos que o nosso contacto com o cliente não seja limitado a uma zona.

A digitalização e a tecnologia vieram revolucionar o mercado imobiliário numa altura em que experienciamos restrições de deslocação. Concluímos que a junção destas duas práticas é o cenário perfeito e que nos vai possibilitar expandir o nosso negócio enquanto agentes imobiliários.

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