Empate no “clássico”, ganhou o Sporting

FC Porto foi melhor durante mais tempo, mas não conseguiu bater a defesa mais sólida do campeonato e os “leões” saem do Dragão com a liderança reforçada.

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Um jogo de tudo por tudo para ambos. E nenhum perdeu. Mas houve uma equipa que saiu vencedora do Dragão com o empate sem golos no “clássico” da 21.ª jornada. O Sporting pode não ter vencido, mas não perdeu e ganhou mais com este 0-0 do que o FC Porto, porque vai continuar a ser líder e com dez pontos de vantagem sobre o rival. Num “clássico” de nervos e pouca baliza, os portistas foram melhores durante mais tempo e tiveram as melhores oportunidades, mas bateram de frente com a melhor defesa do campeonato e sofreram com alguma falta de pontaria e discernimento nos minutos finais. Da forma como as coisas estão, os “leões” vão continuar tranquilos no lugar que ocupam desde a sexta jornada, os “dragões” não irão desistir, mas sabem que a luta pela renovação do título ficou muito mais difícil. 

Houve tempo para pensar e preparar este jogo para ambos os lados. Isso foi bem evidente, desde que a bola começou a rolar num Dragão sem público. Conceição e Amorim, sem se desviarem dos seus planos habituais, investiram no jogo do cancelamento, o de anular os métodos adversários e ambos tiveram sucesso. 

O FC Porto fez uma pressão alta tão intensa que o Sporting não conseguia começar a construir como gosta, a partir de trás, provocando o erro e a mudança de estratégia para a saída longa, que raramente dava resultado. O Sporting, por seu lado, era de uma solidariedade defensiva notável, sem dar qualquer espaço aos avançados portistas e impecável na subida da linha defensiva para provocar o fora-de-jogo.

Ninguém arriscou demasiado durante os primeiros 45 minutos. Mais bola para a equipa da casa, mais intensidade e mais remates, mas nada disto gerou uma verdadeira oportunidade de golo. Marega foi importante na primeira zona de pressão, mas teve pouco espaço, tal como Taremi, que andou desaparecido. O mais perto que houve de uma oportunidade de golo aconteceu aos 27’, numa jogada em que Wilson Manafá, de ângulo difícil, conseguiu armar um remate que o guarda-redes Adán desviou com competência.

E o melhor que os “leões” conseguiram fazer na primeira parte foi uma jogada, aos 36’, em que João Palhinha conseguiu um roubo de bola perto da sua área. O médio teve espaço para correr e galgou dezenas de metros, mas o seu passe, que tinha Tiago Tomás como destinatário, acabou por ser interceptado por Zaidu. Para além destes dois momentos, foi uma primeira parte em que os artistas não tiveram espaço. Tinham sido cancelados.

A segunda parte começou com mais do mesmo. FC Porto a pressionar e a provocar o erro e o Sporting a cometer erros mas a corrigi-los quase de imediato. Zaidu quase aproveitou um deles, aos 47’, ganhando uma bola perdida a meio do meio-campo e a disparar em direcção à baliza, com o remate a sair ao lado. 

Pouco depois, aos 57’, mais um erro na transição atacante do Sporting, que quase deu golo. Nuno Mendes arriscou num passe lateral durante um ensaio de contra-ataque, mas Otávio interceptou a bola e imediatamente lançou-a para a área, para aproveitar o desequilíbrio. Corona teve espaço no flanco para fazer o cruzamento rasteiro, mas Taremi falhou na recepção e no remate - e a melhor oportunidade do jogo até este momento perdeu-se.

Os minutos foram passando e deu sempre a sensação de que havia mais FC Porto no jogo, com uma urgência que era natural, tendo em conta o que estava em causa. E o Sporting, com a expectativa de ganhar mas sem a mesma urgência do seu adversário, convivia bem com o papel de defender a baliza e esperar por uma oportunidade. E teve-a aos 73’. Pouco depois de entrar no jogo, Matheus Nunes conseguiu ficar com a bola no meio-campo e, com as pernas frescas, foi a correr até à área contrária, ganhando na passada a Otávio. O médio brasileiro, que tinha sido o herói frente ao Benfica, teve calma para esperar pelo momento certo, mas só falhou o remate, que saiu por cima da trave.

O FC Porto voltou a responder com uma grande oportunidade dois minutos depois. Wilson Manafá repetiu uma boa incursão pelo flanco e fez um passe para Taremi à entrada da pequena área, mas o iraniano voltou a falhar. O avançado portista, de resto, tentou alvejar a baliza “leonina” por mais duas vezes, uma num pontapé de bicicleta e outra num cabeceamento, mas em ambas falhou o alvo. 

Foi uma pressão asfixiante do FC Porto até ao último segundo, mas o Sporting não deixou de respirar. E respirou fundo quando o jogo acabou, a saber que passou incólume por um teste tremendamente difícil rumo a um objectivo que ainda não é declarado, mas que parece cada vez mais perto de ser cumprido.
 

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