Universidade de Évora coordena novos laboratórios sobre sustentabilidade e património

Os dois laboratórios associados da Universidade de Évora fazem parte de um conjunto de 40 laboratórios aos quais esse estatuto foi agora atribuído, implicando o apoio a políticas públicas na área da ciência e tecnologia.

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Produção de morangos em estufa na zona de Beja Nuno Ferreira Santos

A Universidade de Évora vai coordenar dois novos laboratórios associados, com um total de quase 650 investigadores, um sobre Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal e o outro na área do Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

Em comunicado de imprensa, a Universidade de Évora revelou que, “pela primeira vez, vai coordenar” dois novos laboratórios associados, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Os dois laboratórios associados fazem parte de um total de 40 laboratórios aos quais esse estatuto foi agora atribuídoOs laboratórios associados, explicou-se ainda, “são infra-estruturas que visam atingir metas estabelecidas no âmbito da política científica e tecnológica em Portugal”. 

Uma destas estruturas lideradas pela Universidade de Évora designa-se CHANGE (ou seja, mudança) e é dedicada à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, enquanto a outra, o IN2PAST, está centrada no Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

Nos últimos anos, esta universidade lembra que tem estruturado a sua actividade “em torno de áreas âncora”, em que a agricultura, a alimentação e ambiente, o Mediterrâneo e as ciências do património “ocupam um lugar central”. Daí que, a atribuição do estatuto de laboratório associado aos dois consórcios de instituições de investigação e desenvolvimento (I&D) liderados pela Universidade de Évora reafirme “que o projecto estruturante” da universidade “está no caminho certo”, salientou a reitora, Ana Costa Freitas, citada no comunicado.

O CHANGE, coordenado por Teresa Pinto Correia, conta com uma “equipa de 316 investigadores integrados”, sobretudo em Évora, Beja, Faro e nos Açores, e quer “promover ligações interdisciplinares e contribuir para tornar o ambiente mais resiliente e economias mais sustentáveis”, resume-se no counicado.

O laboratório envolve o MED - Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora, o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e o Centro de Ecologia, Evolução e Mudanças Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Teresa Pinto Correia exemplificou que “quando um produtor se vê confrontado com a escassez ou a redução da água disponível e tem que equacionar como vai mudar o seu sistema produtivo”, é preciso “encontrar alternativas”. Torna-se necessário “construir soluções de política pública que contribuam para uma economia competitiva, mas também eficiente no uso dos recursos e ambientalmente sustentável e que, de facto, possa ajudar o país a fazer face às alterações climáticas e a todas as alterações globais em curso e as futuras”, acrescentou.

Quanto ao IN2PAST, coordenado por António Candeias, está vocacionado para a preservação, estudo e promoção do património cultural e pretende “fazer do património e das artes actores centrais no desenvolvimento da sociedade, tornando-os significativos, sustentáveis e acessíveis num mundo cultural em constante mudança”.

“Atrair talento para a estratégia nacional de emprego científico e carreiras científicas, e por outro lado, ser um actor fundamental para as políticas públicas na área do património, das artes e da memória colectiva constituem-se como objectivos centrais do IN2PAST”, sublinhou-se ainda.

Este consórcio conta com uma equipa de 331 investigadores, bem como equipamentos “únicos no mundo para o estudo do património”, localizados sobretudo no Laboratório Hercules da Universidade de Évora, e é constituído por sete unidades de I&D de cinco universidades portuguesas.

“Abre-se agora uma nova oportunidade para o estudo e intervenção nas áreas do património cultural, das artes e das políticas de memória, suportado pelo desenvolvimento da carreira de investigação nestas mesmas áreas” considerou o coordenador do laboratório, que “combina investigação multidisciplinar e transdisciplinar” - química, arqueologia, estudos artísticos, história, estudos musicais antropologia - com “uma capacidade laboratorial instalada de Évora ao Minho”.

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