Covid-19: Portugal com 1480 novos casos e 50 mortes. É o número de óbitos mais baixo em quase quatro meses

Governo não deverá aligeirar regras do confinamento. Segundo Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Nacional Ricardo Jorge, o número de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos só descerá para os 200 em finais de Março. Actualmente, há ainda 567 doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos em Portugal.

Foto
Hospital de São José, Lisboa Pedro Nunes/REUTERS

Portugal ultrapassou os 800 mil casos de infecção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, tendo reportado esta quarta-feira mais 1480 novos casos (o que corresponde a um aumento de 0,2%) e 50 mortes, de acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral da Saúde. Este é o número diário de mortes causadas pela doença mais baixo em quase quatro meses, desde 8 de Novembro, data em que se registaram 48 vítimas mortais.

Há menos 245 pessoas internadas nos hospitais portugueses, contabilizando-se agora um total de 2767 pacientes hospitalizados com covid-19 (o valor mais baixo desde 25 de Dezembro), e menos 30 doentes em unidades de cuidados intensivos, num total de 567.

Divulgados no boletim desta quarta-feira da Direcção-Geral da Saúde, os dados correspondem à totalidade de terça-feira. No total, o país contabiliza 16.136 óbitos por covid-19 e 800.586 casos confirmados desde Março.

Segundo os dados que constam do boletim, Lisboa e Vale do Tejo contabiliza mais de metade das novas infecções e mortes reportadas esta quarta-feira, tendo registado mais 772 infectados (52% dos novos casos) e 31 mortes. Já a região Norte contabiliza mais 327 infectados (22%) e sete óbitos.

Recuperaram da doença mais 3078 pessoas, contabilizando-se agora um total de 709.054 recuperados. Há ainda a reportar menos 1648 casos activos da doença, num total de 75.396.

As 50 vítimas mortais identificadas nos dados desta quarta-feira incluem três homens e duas mulheres entre os 60 e 69 anos; sete homens e quatro mulheres entre os 70 e 79 anos; e 19 homens e 15 mulheres (68% das mortes reportadas esta quarta-feira) com mais de 80 anos — a faixa etária mais afectada em termos de óbitos.

O Norte contabiliza um total acumulado de 325.232 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo a zona do país com maior número de infecções. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 302.785 casos; o Centro, com 114.443 casos (mais 198 em relação ao dia anterior); o Alentejo, com 28.308 casos (mais 84) e o Algarve, com 19.944 infectados (mais 51). O arquipélago dos Açores regista um total de 3728 casos de infecção (mais três) e a Madeira contabiliza 6146 casos (mais 45).

Lisboa e Vale do Tejo regista 6730 mortes por covid-19 acumuladas desde Março e a região Norte, 5175. Segue-se o Centro, com 2877 mortes (mais sete), o Alentejo, com 933 óbitos (mais quatro), e o Algarve mantém-se com 332 mortes por covid-19. O arquipélago dos Açores não reportou nenhuma vítima mortal esta quarta-feira, mantendo-se com um total de 28 óbitos, e a Madeira registou mais uma morte por covid-19, num total de 61.

Governo não deverá aligeirar regras do confinamento

Apesar da melhoria nos indicadores da pandemia, o Governo não deverá aligeirar as regras do confinamento, quando aprovar esta quinta-feira o decreto de execução do próximo estado de emergência, que entra em vigor a 2 de Março e será votado no mesmo dia pelos deputados à Assembleia da República. Além disso, soube o PÚBLICO, o Governo também não deverá divulgar ainda o plano de desconfinamento gradual que está a preparar, nem a data em que ele se iniciará.

A reunião de políticos e peritos no Infarmed, na segunda-feira, permitiu chegar à conclusão de que a situação da covid-19 em Portugal não permite ainda, nem permitirá a curto prazo, um desconfinamento. Na reunião, Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Nacional Ricardo Jorge, repetiu que o número de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos só descerá para os 200 em finais de Março.

Quanto à vacinação contra a covid-19, o coordenador da task-force do plano de vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo, adiantou na Comissão de Saúde, na Assembleia da República, esta quarta-feira, que o alargamento do período de administração da segunda dose das vacinas “até às duas semanas” está a ser estudado entre a Direcção-Geral da Saúde e o Infarmed a pedido do grupo de trabalho.

Segundo Gouveia e Melo, adiar a toma da segunda dose permitiria vacinar mais 200 mil idosos a partir dos 80 anos até ao final de Março. Vacinar “uma ou duas semanas mais tarde praticamente não vai fazer grande variação no processo de defesa da pessoa que já foi vacinada com a primeira dose”, acrescentou.

Em relação à última previsão de entrega de vacinas, feita este mês pelo Infarmed, o vice-almirante Gouveia e Melo reafirmou que chegarão a Portugal 2,5 milhões de doses no primeiro trimestre, nove milhões no segundo, 14,2 no terceiro e 9,5 milhões no último. Se isto se confirmar, Portugal pode atingir a imunidade de grupo, com “70%” de pessoas vacinadas, no “início de Agosto”.

Sugerir correcção
Ler 18 comentários