Costa apoia recandidatura de Guterres à ONU e diz que nos últimos anos “encheu Portugal de orgulho”

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou estar “confiante” na avaliação que os países farão do primeiro mandato de António Guterres, que termina no final deste ano, mas que o ex-governante já admitiu querer repetir.

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António Costa elogiou o desempenho do antigo primeiro-ministro socialista enquanto secretário-geral da ONU Nuno Ferreira Santos

O primeiro-ministro formalizou nesta quarta-feira o seu apoio à recandidatura de António Guterres a secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), através da assinatura de uma carta que será enviada à Assembleia-Geral da ONU. António Costa, que em 2016 apresentou a candidatura do antigo líder e primeiro-ministro socialista, elogiou o desempenho de António Guterres durante um período especialmente “doloroso” provocado pela pandemia.

Para António Costa, “ao longo dos últimos cinco anos”, o ex-líder socialista António Guterres “serviu de uma forma exemplar as Nações Unidas, a sua carta, os seus valores e encheu Portugal de orgulho”. Além disso, “devolveu força a valores fundamentais que o humanismo que inspirou a carta das Nações Unidas precisa de ver devidamente promovidos e defendidos”, acrescentou.

A partir do Palácio de S. Bento, António Costa destacou o papel do actual secretário-geral da ONU e das organizações multilaterais que “permite a junção de esforços”, uma vez que "os grandes desafios globais exigem sempre respostas globais”, disse. “É assim na pandemia covid-19, no combate às alterações climáticas, na protecção dos oceanos e na promoção da paz e dos direitos humanos”, declarou Costa, numa comunicação aos jornalistas sem direito a perguntas. 

“As Nações Unidas desempenham neste sistema de organizações multilaterais um papel central e indispensável”, acrescentou o primeiro-ministro e que por isso “reforçar o sistema da ONU é fundamental para o futuro da humanidade”, continuou.

António Costa destacou que o mandato de António Guterres acompanhou “cinco anos particularmente difíceis” durante os quais “o mundo travou um grande debate sobre o regresso ao nacionalismo, ao isolamento ou a defesa do multilateralismo”. E, defendeu Costa, “foi a liderança firme de António Guterres que permitiu que passados estes cinco anos haja um novo espírito e nova vontade de reforçar as instâncias multilaterais”.

“Foi com muita honra que pude subscrever em nome de Portugal a candidatura a um novo mandato”, concluiu, dizendo estar “confiante” na avaliação que os restantes países farão do desempenho de Guterres.

Marcelo diz que recandidatura “é uma excelente notícia"

Também o Presidente da República, através de uma nota publicada no site da Presidência, informou que já falou com António Guterres para lhe transmitir o seu “caloroso apoio” a um novo mandato. Marcelo Rebelo de Sousa diz que a recandidatura do antigo político português “é uma excelente notícia para as Nações Unidas” e que Guterres “demonstrou ser um brilhante secretário-geral”. 

“O seu conhecimento dos grandes problemas do mundo, assente numa vasta carreira internacional e numa experiência ímpar ao serviço das Nações Unidas, designadamente no seu actual mandato, demonstraram que o engenheiro António Guterres é a pessoa certa para continuar a promover o imprescindível papel e a reforma daquela organização, com vista ao aprofundamento da promoção da paz no mundo e do diálogo entre povos e culturas, à luz dos princípios da tolerância universalista e do respeito pela dignidade da pessoa humana”, lê-se na nota de Marcelo Rebelo de Sousa.

António Guterres assumiu o cargo de secretário-geral da ONU em Janeiro de 2017 e verá o seu mandato terminar no final deste ano. O ex-primeiro-ministro já tinha comunicado à presidência da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança que estava “disponível para um segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas, se essa for a vontade dos Estados-membros”.

Em meados de Janeiro também o PSD manifestou o apoio à candidatura de António Guterres a um novo mandato como secretário-geral das Nações Unidas. Em comunicado, a comissão política não poupou elogios à forma como o antigo primeiro-ministro português exerceu o cargo internacional, destacando sobretudo o seu contributo para a paz.

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