EDP Renováveis sobe lucro em 17% e entrega 70 milhões aos accionistas

O resultado líquido da empresa de energias limpas da EDP subiu para 556 milhões de euros em 2020.

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O novo presidente da EDP, Miguel Stilwell, vai apresentar a estratégia da empresa para os próximos cinco anos Sara Jesus Palma

Num ano de turbulência para as empresas de combustíveis fósseis, a EDP Renováveis (EDPR) assistiu a um aumento dos lucros de 17%, para 556 milhões de euros, mesmo com menor produção e queda de receitas.

A empresa de energias limpas detida em 83% pela EDP vai entregar 69,8 milhões de euros aos accionistas por conta dos resultados de 2020, mantendo o dividendo nos oito cêntimos por acção, revelou o comunicado divulgado esta manhã pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As receitas da empresa caíram 5% face a 2019, para 1731 milhões de euros, afectadas por efeitos como a menor capacidade instalada, menos vento para produzir, efeitos cambiais e um preço médio de venda inferior em 3% (a produção também caiu 5% face ao ano anterior).

Durante o ano, os custos operacionais caíram 1%, para 568 milhões de euros, permitindo ao lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) manter-se estável face a 2019 nos 1655 milhões de euros.

Os custos financeiros líquidos diminuíram 18% para 285 milhões de euros, “com a comparação anual a beneficiar de menor dívida, juntamente com um menor custo médio da dívida no período (3,5% vs 4,0% em 2020)”.

O resultado líquido de 556 milhões resultou de “uma execução bem-sucedida de uma estratégia de sell-down [venda de activos]”, refere a empresa, que ao longo de 2020 realizou vendas de parques eólicos em Espanha e no Brasil e Estados Unidos.

No final do ano passado, a EDPR tinha um portefólio de activos de produção energia verde de 12,2 gigawatts (GW), com vida média de nove anos. Com a estratégia de venda de participações em parques eólicos para financiar novas operações, a empresa “tinha 2,4 GW de nova capacidade em construção” no final do ano, dos quais 1648 megawatts (MW) de energia eólica, 404 MW com energia solar e 311 MW através de participações em projectos eólicos no mar.

A dívida líquida da EDPR era de 3443 milhões de euros no final de Dezembro. A EDPR explica que o acréscimo de 640 milhões reflecte “a caixa gerada pelos activos em operação” bem como “investimentos feitos no período, incluindo a aquisição do negócio renovável da Viesgo e efeito cambial”.

Desde o início do ano, a EDPR passou a ser liderada por Miguel Stilwell de Andrade, que é também o presidente do grupo EDP. A nova equipa de gestão que iniciou o mandato em Janeiro (Stilwell,  Rui Teixeira, Miguel Setas, Vera Pinto Pereira e Ana Paula Marques, que veio da Nos) apresenta amanhã, quinta-feira 25 de Fevereiro, o novo plano estratégico para o período 2021-2025.

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