Impacto do futebol em Portugal avaliado em 1,672 mil milhões de euros

Segundo um estudo da UEFA, em 2020 o valor do retorno social colocou Portugal no sexto lugar entre as 22 federações avaliadas.

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Em 2020, havia 224.520 futebolistas federados em Portugal LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Os números são da UEFA, com base no seu programa GROW, uma plataforma central de desenvolvimento de negócios que tem como objectivo “auxiliar as federações de futebol europeias a desenvolverem” a modalidade “de forma sistemática e estratégica”: em 2020, o retorno social do investimento (SROI) originado pelos 224.520 jogadores federados e pelos 96.530 voluntários registados na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi de 1,672 mil milhões de euros. O impacto por atleta (7,4 mil euros) eleva Portugal ao terceiro lugar a nível europeu.

Colocado em prática há seis anos, o programa UEFA GROW pretende, segundo o organismo que tutela o futebol europeu, ajudar “a construir um business case coerente” para o desenvolvimento da modalidade e a “quantificar os benefícios da participação em massa no futebol para garantir investimentos sustentáveis e parcerias estratégicas”.

Tendo isso como objectivo, “a UEFA patrocinou o desenvolvimento de um abrangente modelo de Retorno Social do Investimento (SROI) rigoroso e específico do futebol para estabelecer o impacto que a participação em massa no futebol tem em todo o espectro de resultados económicos, de saúde e sociais”.

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Contando com a participação de um painel de académicos “provenientes de universidades de renome, especialistas em futebol e organizações não-governamentais”, o modelo de SROI da UEFA, “uma forma de análise de custo-benefício que tenta quantificar e atribuir um valor monetário à mudança social criada por um programa, política, investimento ou entidade de uma organização”, visa, igualmente, “criar uma mudança no investimento no futebol de base”, já que atribui às federações e aos Governos dados tangíveis sobre o impacto do futebol em várias dimensões.

Inicialmente testado com as federações suecas e romenas, o estudo permitiu, segundo, Karl-Erik Nilsson, vice-presidente da UEFA, concluir que o valor monetário “da participação em massa no futebol era impressionante”. Assim, o modelo foi aplicado a mais de 8,5 milhões de jogadores federados em 22 países, com uma avaliação total de mais de 39 mil milhões de euros.

 “Os resultados que se seguiram”, acrescenta a UEFA, permitiram que os dirigentes de futebol dialogassem “com os Governos sobre os benefícios comprovados do desporto” e com “os parceiros comerciais sobre as vantagens que podem trazer para a sociedade ao apoiarem o desporto de formação”.

Olhando para a realidade portuguesa, o UEFA GROW concluiu que, em 2020, o valor criado pelos 224.520 jogadores federados e pelos mais de 96.530 voluntários registados na FPF foi estimado em 1,672 mil milhões de euros, que se traduz em 7,4 mil euros por atleta. Portugal apresenta, neste item, o terceiro melhor rácio por jogador federado na Europa, enquanto o SROI global coloca o país no sexto lugar do conjunto de 22 federações avaliadas pelo estudo.

Detalhando os números, distribuídos por “três sectores abrangentes” — sociedade, economia e saúde —, o trabalho da UEFA revela que o impacto directo do futebol na economia portuguesa foi, no ano passado, de 944,2 milhões de euros, tendo sido criados 15.530 postos de trabalho — só com jogadores, os gastos foram de 364,8 milhões de euros.

Quanto ao espectro social, o GROW estima que a participação no futebol gera anualmente, a nível nacional, “um impacto de mais de 670 milhões de euros na sociedade, através de um reforço da educação, de benefícios para os jovens e uma redução generalizada do crime”.

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