A Champions para provar que não há crise

Com liderança tremida na Bundesliga, Bayern vai a Roma defrontar a Lazio na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Em Bucareste, o Atlético quer voltar às vitórias frente ao Chelsea depois de dois jogos sem vencer na liga espanhola.

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Lewandowski será a principal arma do Bayern em Roma frente à Lazio LUSA/RONALD WITTEK / POOL

O que parece evidente num dia pode não o ser assim tanto duas semanas depois. Ora, há 15 dias, Bayern Munique e Atlético Madrid pareciam bem lançados na conquista dos respectivos campeonatos, mas bastaram duas jornadas sem ganhar e o favoritismo dos bávaros na Bundesliga e dos “colchoneros” em La Liga não será assim tão óbvio. E é assim que se apresentam na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o Bayern em Roma, frente à Lazio, e o Atlético a receber o Chelsea, longe do Wanda Metropolitano, em Bucareste.

Depois da viagem ao Qatar para conquistar o Mundial de clubes, bastou um empate (Arminia Bielefeld) e uma derrota (Eintracht) em jornadas consecutivas para que o Bayern entrasse numa mini-crise na Bundesliga e deixasse a luta pelo título em aberto — o RB Leipzig está apenas dois pontos atrás. E com algumas ausências de peso (Pavard, Muller e Tolisso), o Bayern não está nas condições ideais para retomar a defesa do título conquistado em Lisboa, na época passada, mas nada disso poderá servir de desculpa, diz o técnico Hansi Flick, para o confronto na capital italiana.

“Todos sabemos o que aconteceu nos últimos dias. Não estou à procura de desculpas. Não jogámos bem com o Bielefeld e o Frankfurt. Temos de recuperar na Champions. São jogos especiais, que devem motivar os jogadores”, assinalou o técnico germânico, que assumiu o cargo principal no Bayern apenas a meio da época passada, mas que já conduziu os bávaros a seis títulos — Bundesliga, Taça da Alemanha, Liga dos Campeões, Supertaça alemã, Supertaça europeia e Mundial de clubes.

É com esta rara demonstração de fragilidade que a Lazio conta para tentar abater o gigante bávaro e continuar a sua boa carreira na Champions. A formação orientada por Simone Inzhagi está em retoma na Série A italiana, tendo vencido oito dos seus últimos dez jogos, e conta com um goleador disposto a marcar ao campeão europeu, Ciro Immobile. “Este jogo é um prémio para nós. Jogar contra os melhores dá motivação extra. Obviamente que será muito difícil. Vamos fazer o que fazemos sempre e sabemos que temos de ter qualquer coisa mais para fazer o jogo perfeito”, alerta o internacional italiano.

Longe do Wanda Metropolitano, o Atlético Madrid, de João Félix, fará do romeno Arena Nacional, em Bucareste, a sua casa temporária para receber o Chelsea. E, tal como o Bayern na Bundesliga, a equipa de Diego Simeone já foi um líder muito confortável da Liga espanhola, mas dois empates e uma derrota nos últimos quatro jogos abriram a porta à aproximação do Real Madrid e deixaram os “colchoneros” menos seguros também na abordagem a este confronto na Champions. Simeone quer, porém, o foco apenas numa eliminatória “muito equilibrada”. “Sabem o que penso, não varia, apenas pensamos neste jogo e nada mais”, sublinhou o argentino.

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João Félix não tem feito a diferença no ataque do Atlético EPA/ROBERT GHEMENT

A cumprir os primeiros jogos como treinador do Chelsea depois do despedimento de Frank Lampard, Thomas Tuchel ainda não perdeu desde que assumiu o comando dos londrinos (cinco vitórias e dois empates), e está preparado para um jogo exigente. “É um grande teste, fisica e mentalmente. São uma equipa muito experiente, com um técnico experiente e duro”, assinalou o alemão, que, como técnico do PSG, perdeu a última final da Champions para o Bayern.

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