Mais 22 mil desempregados em Janeiro elevam registo a máximo desde Maio de 2017

Há mais de 424 mil registados no IEFP. O Algarve é a região mais penalizada, com um crescimento de 61,3%. As mulheres sofreram mais do que os homens.

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Paulo Pimenta (arquivo)

No fim do mês de Janeiro de 2021, estavam registados 424.359 desempregados em Portugal. São mais 103.801 face ao mesmo mês de 2020 e mais 22.105 face a Dezembro último. O número de desempregados inscritos no IEFP atinge assim um novo máximo desde Maio de 2017, com um aumento de 5,5% no fim do primeiro mês de 2021, em que o confinamento foi retomado em Portugal.

Em termos homólogos, é uma subida de 32,4%, sendo as mulheres uma das faixas da população activa mais penalizadas. 

São elas e os profissionais com mais de 25 anos, com menos de um ano de inscrição ou num emprego novo, e com formação até ao nível do ensino secundário que contribuem mais fortemente para este crescimento de mais de cem mil novas pessoas inscritas no IEFP face aos registados há um ano.

O número de desempregados começou a descer em Maio de 2017, quando se registavam 432.274. Mesmo assim, o valor de Janeiro de 2021, divulgado nesta segunda-feira pelo IEFP, fica abaixo de igual mês daquele ano, altura em que havia mais de 490 mil registados.

Agora, bastaram duas semanas de maiores restrições à mobilidade e à actividade económica, com dezenas de milhares de empresas de regresso ao layoff simplificado, para empurrar o desemprego registado para um novo máximo em 45 meses.

Em termos regionais, segundo o IEFP, o desemprego não poupou ninguém, mas o aumento homólogo mais pronunciado aconteceu no Algarve (mais 61,3%). Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (mais 45,3%) e a da Madeira, com mais 30% de inscritos.

Os trabalhadores não qualificados são os mais representados entre categorias profissionais com desemprego registado. Mas é o grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção, segurança e vendedores que apresenta a maior taxa de crescimento homólogo, com uma subida de 47,8%.

Por sector de actividade, o crescimento teve maior expressão no sector “serviços” (mais 37,6%). “A desagregação permite observar que as subidas percentuais mais acentuadas, por ordem decrescente, se verificaram nas actividades de: ‘Alojamento, restauração e similares’ (mais 59,9%), ‘Actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio’ (mais 47,4%) e ‘Transportes e armazenagem’ (mais 46,5%)”, esclarece o IEFP.

“No sector secundário, destaca-se a subida nos ramos da ‘Indústria do couro e dos produtos do couro’ (mais 53,5%) e da ‘Fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte’ (mais 38,4%).”

Segundo a Lusa, o número de casais com ambos os elementos inscritos nos centros de emprego aumentou 22,9% em termos homólogos, para 6702.

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