Detidas 34 pessoas na Catalunha em protestos contra a prisão do rapper Hasél

Na quinta noite de contestação, os protestos tranaformaram-se em motins. Em Barcelona foram saqueadas lojas. Governo regional já fala em “vandalismo”.

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Noite de confrontos entre polícia e manifestantes em Barcelona TONI ALBIR/EPA
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Um grupo de manifestantes separou-se e vandalizou lojas emobiliário urbano ALBERT GEA/Reuters
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NACHO DOCE/Reuters
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Cerca de três dezenas e meia de pessoas foram detidas na madrugada deste domingo na Catalunha, quando os protestos contra a prisão do rapper Hasél se transformaram em motins, com lojas a serem vandalizadas e saqueadas.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, os Mossos d’Esquadra, a polícia catalã, anunciaram que a maior parte das detenções foi feita em Barcelona (31 pessoas; na cidade manifestaram-se seis mil pessoas). Em Lérida, onde Pablo Hasél foi preso, com a polícia a entrar na universidade da cidade onde se tinha refugiado, foi detida uma pessoa e duas em Tarragona, sendo as três menores de idade. Houve também protestos em Sabadell e Girona.

Foi a quinta sucessiva de protestos em Barcelona, tendo a manifestação escalado e houve saques em dezenas de lojas no centro da cidade. Os violentos protestos e choque entre manifestantes e polícia causaram também danos no Palácio da Música, considerado um dos melhores edifícios do modernismo catalão, projectado pelo arquitecto Lluís Domènech i Montaner.

A violência desta quinta noite de protestos levou o governo regional a mudar o seu discurso sobre a onda de solidariedade para com Hasél. Depois de um momento em que criticou os Mossos por avançarem contra manifestantes que defendiam a liberdade de expressão e artística - houve muitas críticas à actuação da polícia catalã, acusada de usar de excesso de força -, agora fala em “vandalismo”.

“No início era evidente que era um acto de protesto pela liberdade de expressão e contra a injustiça de uma sentença, mas houve uma evolução para actos de puro vandalismo e roubos”, disse o conselheiro do Interior (equivalente a ministro no governo regional), Miquel Sàmper.

Segundo a imprensa espanhola, os organizadores dos protestos pediram que as manifestações decorressem de forma pacífica, mas em Barcelona um grupo de encapuçados separou-se do protesto pela libertação do rapper, que foi acusado de ofensas à monarquia e enaltecimento do terrorismo nas suas letras e tweets, e subindo o Paseo de Gràcia em direcção à Diagonal, foi destruindo montras e saqueando lojas.

O grupo montou barricadas e queimou contentores e outro mobiliário urbano, com as portas da Bolsa de Barcelona a serem atingidas pelo fogo que não alastrou. 

Em Cubelles (Barcelona), um grupo de pessoas tentou cortar a via C-31, mas um dos participantes acabou por ser atropelado por um carro, ficando com ferimentos ligeiros.

Em Lérida, os incidentes concentraram-se em frente ao edifício da delegação do Governo espanhol, que os manifestantes apedrejaram, e na avenida Valência, onde queimaram contentores. Em Tarragona foram incendiados contentores e arremessados objectos contra as forças policiais.

Em Cubelles (Barcelona), um grupo tentou cortar uma estrada, e uma pessoa foi atropelada, ficando com ferimentos ligeiros.

Pablo Hasél tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado a nove meses de prisão. Já tinha sido condenado antes: na primeira condenação, a dois anos de pena suspensa, foi acusado de glorificar nas suas canções a ETA, os GRAPO, a Terra Lliure e a Al-Qaeda. Hasél foi ainda condenado a dois anos e meio de prisão por ameaçar uma testemunha num julgamento contra um guarda municipal de Lérida.

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