Sector dos casamentos quer rastreios a convidados para retomar actividade

O Movimento de Empresas do Sector do Casamento defende ainda a recolha dos contactos telefónicos de todos os convidados por parte do espaço onde acontece o evento e a sua comunicação à Direcção-Geral da Saúde em caso de surto.

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Miguel Manso

O Movimento de Empresas do Sector do Casamento (MESC) quer retomar a actividade em Abril, depois de um ano “praticamente parada”, com a realização de testes à covid-19 a convidados para a concretização das bodas.

“A realização de teste ou demonstração de teste negativo a menos de 72 ou 24 horas (consoante o teste utilizado) será requisito para a realização do casamento”, propõe o movimento, em comunicado.

A identificação de pessoas infectadas vai impedir que estas vão ao casamento, evitando que possam ser transmissoras do vírus a convidados e funcionários, sublinhou.

Desta forma, os espaços onde se organizam os casamentos passam a ser “parte activa” na testagem, identificação, comunicação e isolamento de infectados, frisou.

Além da realização de testes, o movimento defende a recolha dos contactos telefónicos de todos os convidados por parte do espaço onde acontece o casamento e a sua comunicação à Direcção-Geral da Saúde (DGS) em caso de ocorrência de um surto.

“Estas soluções vão permitir resolver de uma forma efectiva o isolamento de indivíduos infectados e de todos aqueles que estiveram em contacto”, salientou, na nota de imprensa.

O movimento lembrou que o período de paragem é já “extremamente longo” e está a pôr em causa a sobrevivência de grande parte das empresas destes sectores, nomeadamente hotelaria, cultura e serviços.

Falando num sector “altamente sazonal”, o movimento alertou que, com as restrições impostas, se perdeu 83,2% da actividade de 2020.

“Apesar de ter sido legalmente viabilizada a actividade do sector, a imposição de todas as medidas restritivas, bem como o clima generalizado de medo e desconfiança fez com que mais do que 80% dos casamentos agendados em 2020 fossem reagendados para 2021 ou cancelados”, indicou.

Esta situação obrigou, por um lado, as empresas a cumprir com os contratos dos clientes que quisessem realizar os eventos e, por isso, a abdicar de regimes como o layoff e, por outro lado, entrar em litigância com clientes, ressalvou.

Segundo dados disponibilizados pelo Movimento de Empresas do Sector do Casamento, esta indústria movimenta cerca de quatro mil milhões de euros e representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, deste sector dependem sete mil empresas e 150 mil pessoas, acentuou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.453.070 mortos no mundo, resultantes de mais de 110,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.897 pessoas dos 796.339 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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