Cidade brasileira perde todas as vacinas após criança desligar energia

A criança de nove anos estava a brincar quando desligou um relógio para tentar apagar uma lâmpada. Com isto cortou a energia, inviabilizando as vacinas refrigeradas no local.

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O Brasil vacinou, até ao momento, cerca de 5,5 milhões de pessoas, menos de 3% da população Reuters/BRUNO KELLY

A cidade de Rio Bananal, no sudeste brasileiro, perdeu todas as doses da vacina contra a covid-19 após uma criança de 9 anos ter desligado a energia da sede de vacinação, informou esta quinta-feira a Polícia Civil. De acordo com as autoridades, o menino foi o responsável por, em pleno momento de brincadeira, desligar o relógio de energia eléctrica da sede de vacinação de Rio Bananal, no estado do Espírito Santo, Brasil.

“Pelo depoimento das pessoas que estiveram no local, conseguimos delimitar o horário em que o relógio foi desligado. A partir daí, pelas câmaras de vigilância, percebemos que uma criança, de apenas nove anos, que estava a brincar no local, acabou subindo num banco que fica em frente ao relógio”, relatou o agente da Polícia Civil Fabrício Lucindo, num vídeo partilhado pela imprensa local.

“Curioso porque uma lâmpada vermelha estava a piscar dentro do relógio e ele [criança] acabou desligando o relógio para tentar apagá-la. Desligando o relógio e apagando a lâmpada, ele voltou com as brincadeiras novamente. Ou seja, uma brincadeira de criança inocente que acabou gerando todo esse problema”, frisou o titular da esquadra de Rio Bananal.

A brincadeira acabou por levar a cidade, de aproximadamente 19 mil habitantes, a perder todas as vacinas disponíveis contra a covid-19, assim como outros tipos de antídotos, testes sanguíneos e medicamentos, refrigerados no local. Num primeiro momento, a Prefeitura de Rio Bananal suspeitou tratar-se de um ato de vandalismo, situação agora descartada pela polícia, após visualização das imagens de videovigilância.

O Brasil vacinou, até ao momento, cerca de 5,5 milhões de pessoas, menos de 3% da população e na maioria médicos, indígenas e idosos, mas vários municípios tiveram de suspender as suas campanhas de imunização por falta de doses e o Governo só prevê as próximas entregas dos antídotos no final de Fevereiro.

O ministro da Saúde brasileiro, Eduardo Pazuello, anunciou esta terça-feira que o Governo vai distribuir 4,7 milhões de vacinas entre o final de Fevereiro e o início de Março, e pediu aos prefeitos que apliquem todas na população prioritária sem reservar as segundas doses necessárias, para acelerar a campanha de imunização. Segundo Pazuello, como o ministério receberá 21 milhões de vacinas em Março, a distribuição dos lotes da segunda dose está garantida no prazo.

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (243.457, em mais de 10 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

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