Pandemia fez cair número de pedidos de asilo na UE em 2020

Pela primeira vez em três anos, o número de pedidos processados foi superior ao dos requisitados.

Foto
Travessias no Mediterrâneo continuaram durante 2020 Dimitris Michalakis

Pela primeira vez desde 2017, o número de pedidos de asilo processados pela União Europeia (UE) foi superior ao número de requerimentos. A diferença está relacionada com as restrições de viagens impostas pelos Estados-membros por causa da pandemia de SARS-CoV-2.

Em 2020, registou-se uma queda de 31% no número de pedidos de asilo para países da UE face ao ano anterior. De acordo com o Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo, foram recebidos 461.300 requerimentos, dos quais 4% foram feitos por menores não acompanhados por adultos.

O número de processos que recebeu uma conclusão também caiu, mas em menor grau, permitindo que, pela primeira vez desde 2017, houvesse mais pedidos atendidos do que realizados. Foram emitidas 521 mil decisões, diz o gabinete.

Foram registadas quedas de pedidos de asilo de pessoas de quase todas as nacionalidades, com a excepção de cidadãos das ilhas Comoros (cujos pedidos subiram 53%), da Bielorrússia (mais 28%), Cuba (mais 8%) e do Brasil (mais 5%).

Ainda assim, aqueles que mais pedem asilo na UE continuam a ser os sírios (64.540 pedidos em 2020), afegãos (48.5578), venezuelanos (30.643) e colombianos (29.438).

Apesar da descida do número de pedidos de asilo, as rotas ilegais no Mar Mediterrâneo continuaram a ser usadas e a causar mortes às pessoas que tentam chegar à Europa. Em 2020, houve 94.950 chegadas a partir do Mediterrâneo, uma queda face ao ano anterior em que se registaram mais de 123 mil travessias.

No entanto, o número de mortes no mar (1277) não foi muito inferior ao registado em 2019 (1335), de acordo com os dados do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Desde o início do ano, já morreram 140 pessoas no Mediterrâneo.

Sugerir correcção
Comentar