Dívida dispara para 268,8% do PIB em 2020

Endividamento das famílias, empresas e Estado atinge recorde de 745,8 mil milhões de euros em 2020.

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ANTONIO PEDRO SANTOS/LUSA

O endividamento das famílias, empresas e Estado subiu em 2020 para o valor recorde de 745.800 milhões de euros, mais 27.400 milhões face a 2019, sobretudo devido ao acréscimo no sector público, divulgou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).

“No final de 2020, o endividamento do sector não financeiro situava-se em 745.800 milhões de euros, dos quais 342.500 milhões de euros respeitavam ao sector público e 403.300 milhões de euros ao sector privado”, lê-se na nota de informação estatística do BdP relativa ao endividamento do sector não financeiro.

Segundo o banco central, a subida de 27.400 milhões de euros face a 2019 resultou do acréscimo de 24.900 milhões de euros no endividamento do sector público e do aumento de 2500 milhões de euros no endividamento do sector privado.

Em percentagem do produto interno bruto (PIB), o endividamento do sector não financeiro foi de 268,8%, um aumento de 32,0 pontos percentuais face ao final de 2019, dos quais 19,2 pontos percentuais se deveram à redução do PIB.

De acordo com o BdP, a subida do endividamento do sector público “reflectiu-se no aumento do financiamento concedido por todos os sectores financiadores, com destaque para o sector financeiro (16.600 milhões de euros), seguido das próprias administrações públicas e do exterior”.

No sector privado registou-se um incremento do endividamento dos particulares em 2300 milhões de euros, salientando-se o financiamento obtido junto do sector financeiro (2200 milhões de euros).

Já o endividamento das empresas privadas aumentou 200 milhões de euros, com o aumento do endividamento face ao sector financeiro (5800 milhões de euros) a ser compensado pela diminuição do endividamento face às empresas e ao exterior.

No final de 2020, a taxa de variação anual (tva) do endividamento total das empresas privadas foi de 1,6%, menos 0,5 pontos percentuais do que o registado no final de 2019, enquanto a tva do endividamento total dos particulares aumentou 0,3 pontos percentuais, para 1,7%.

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