Azeitona para azeite com sexta campanha mais produtiva em 80 anos

Apesar da queda de 25% prevista pelo INE, a colheita que agora termina deverá revelar-se uma das mais produtivas desde 1940

Foto
Daniel Rocha

A produção de azeitona deverá diminuir 25% na campanha de 2020, cuja colheita está perto do fim, devido ao “fraco vingamento dos frutos”, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística. Mas as 734 mil toneladas previstas posicionam, ainda assim, esta campanha como a sexta mais produtiva dos últimos 80 anos, antecipa o INE.

Segundo as previsões agrícolas a 31 de Janeiro divulgadas esta quinta-feira, 18 de Fevereiro, pelo gabinete estatístico nacional, com a colheita da azeitona “praticamente concluída”, “globalmente estima-se uma diminuição de 25% da produção de azeitona para azeite, face a 2019”. O INE salienta contudo que, apesar do rendimento da azeitona em azeite (funda) ser menor que o do ano anterior, “o produto final apresenta qualidade organoléctica e química dentro dos parâmetros normais”.

Apesar da diminuição prevista, a produção de azeitona “permanece a níveis bastante elevados”, prevendo-se que seja “a sexta maior das últimas 80 campanhas) e “continuando claramente a evidenciar o fenómeno de safra/contrassafra”, alternando-se anos de maior com campanhas de menor produtividade.

As campanhas oleícolas têm início em Outubro de um ano e terminam em Setembro do ano seguinte, decorrendo a colheita, em média, nos primeiros quatro a cinco meses desse período.

Os “cenários são regionalmente heterogéneos”, embora “de uma forma geral, no início do ciclo, e após uma boa floração”, o vingamento não tenha decorrido “nas melhores condições” e a carga de frutos inicial tenha sido inferior à da campanha anterior.

Ainda assim, no interior Norte e Centro, a precipitação que ocorreu próximo do final do ciclo produtivo dos olivais conduziu a um aumento do calibre da azeitona, permitindo uma recuperação em muitos olivais tradicionais de sequeiro, para os quais se perspectivam aumentos de produção face a 2019.

No Alentejo, pelo contrário, região onde os olivais modernos de regadio têm um peso muito significativo (sendo a influência da precipitação na produção final muito menor), “foram as condições iniciais, nomeadamente o vingamento, que determinaram a evolução da campanha, menos produtiva que a anterior”.

Sugerir correcção
Comentar