Constituintes de brócolos activam sistema imunitário

Trabalho da Universidade de Aveiro propõe também novas formas de valorização económica dos subprodutos dos brócolos, como caules e folhas, que correspondem a cerca de 70% deste vegetal.

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Os investigadores Sónia Ferreira (ao centro), Manuel António Coimbra e Susana Cardoso DR

Constituintes de subprodutos dos brócolos funcionam como activadores do sistema imunitário, conclui um estudo desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) divulgado esta quarta-feira.

“Face à pouca informação sobre a bioactividade das fibras de brócolos, os polissacarídeos pécticos foram extraídos, fraccionados e caracterizados na UA, e a sua actividade imuno-estimuladora foi avaliada por incubação in vitro”, relata a universidade em comunicado. “Após algum processamento, comprovou-se que os polissacarídeos pécticos, como ingredientes funcionais, melhoram a função imunológica e promovem a saúde”, segundo é explicado. 

“A vantagem daqueles compostos na melhoria da função imunológica ficou clara”, afirma Sónia Ferreira, que defendeu o trabalho em tese no Programa Doutoral em Ciência e Tecnologia Alimentar e Nutrição. “Uma vez que os estudos sobre a influência desses compostos na actividade dos linfócitos B e no sistema imunitário foram realizados in vitro, ou seja, no laboratório e em ambiente muito controlado, ficaram várias questões por responder e analisar”, ressalva, contudo, a investigadora.

No trabalho são propostas novas vias para a valorização económica dos subprodutos dos brócolos, como caules, folhas e restos de inflorescências com menos valor comercial, que correspondem a cerca de 70% deste vegetal.

O estudo permitiu ainda perceber que os compostos extraídos dos subprodutos dos brócolos com água foram os principais contribuintes para as alterações observadas nas propriedades mecânicas no bioplástico produzido a partir de amido, extraído da batata. “A adição destes compostos antes das etapas de gelatinização e filtração do amido permitiu obter filmes de bioplástico com maior resistência, rigidez e elasticidade”, descreve-se no comunicado.

A tese de doutoramento de Sónia Ferreira foi apresentada no final de 2020, tendo orientação de Manuel António Coimbra e Susana Cardoso, respectivamente, professor e investigadora do Departamento de Química da UA, e ainda de Dulcineia Ferreira Wessel, do Instituto Politécnico de Viseu.

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