Djokovic segue na direcção do nono título no Open da Austrália

Aslam Karatsev é o primeiro a chegar às meias-finais na estreia em Grand Slams.

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Djokovic Reuters/ASANKA BRENDON RATNAYAKE

Yevgeny Kafelnikov não tem dúvidas: vai haver um campeão russo no Grand Slam num futuro muito próximo, “é inevitável”. A previsão do ex-número um mundial e campeão de Roland Garros (1996) e Open da Austrália (1999) ficou mais perto de tornar-se realidade, com a presença de dois russos nas meias-finais australianas. Mas o grande candidato a erguer a Norman Brookes Challenge Cup ainda é Novak Djokovic. No derradeiro teste à sua condição física, o sérvio venceu Alexander Zverev e deu um grande passo para a conquista do Open pela nona vez.

O líder do ranking negou nove de 12 break-points a Zverev, um dos quais num set-point da quarta partida, para vencer, ao fim de três horas e meia: 6-7 (6/8), 6-2, 6-4 e 7-6 (10/8). O alemão de 23 anos ganhou mais pontos com o primeiro serviço (74%), segundo serviço (49%) e nos jogos de resposta (32%) do que o adversário, mas Djokovic foi mais eficaz nos pontos importantes, concretizando seis de nove break-points e, com o 23.º ás, fechou a 11.ª vitória consecutiva sobre um adversário do top-10 nos courts de Melbourne Park, desde 2014.

“Até ao último ponto, qualquer um podia ganhar. Houve muita tensão, muita pressão. Emocionalmente senti-me um pouco desgastado” admitiu o sérvio, que, 11 dias antes, na ATP Cup, já tinha sentido muitas dificuldades (6-7, 6-2 e 7-5) para superar Zverev.

Quanto à lesão que sofreu durante a terceira ronda, Djokovic tem respondido no court, com duas exigentes vitórias consecutivas, ambas em quatro sets. “Não tenho treinado nos dias de folga. Vou continuar a fazer o mesmo e esperar que o resultado seja o mesmo”, frisou o tenista de 33 anos.

Djokovic, que acabou por conquistar o título nas oito presenças anteriores nas meias-finais do Open da Austrália, vai discutir um lugar na final com o russo Aslan Karatsev, que continua a surpreender em Melbourne. Ontem, o russo teve alguma sorte com a lesão de Grigor Dimitrov, a quem ganhou, por 2-6, 6-4, 6-1 e 6-2.

Karatsev acusou o calor e ofereceu pouca resistência no primeiro set, em que terminou com 19 erros não forçados e somente três winners. Na segunda partida, Dimitrov não aproveitou sete break-points nos jogos iniciais de serviço do russo e, repentinamente, o seu nível de jogo foi baixando, ao ponto de terminar a partida a andar. “Não gosto de desistir”, frisou o búlgaro, antes de explicar: “Ontem, do nada, sofri um espasmo nas costas. De manhã, nem consegui calçar as meias. Tentei, mas não foi suficiente bom.”

Karatsev, de 27 anos e 114.º no ranking mundial, é o quinto jogador vindo do qualifying a chegar às meias-finais de um Grand Slam – e o primeiro a consegui-lo na Austrália desde 1977 – e o pior classificado a chegar tão longe num major, desde Goran Ivanisevic, no Torneio de Wimbledon, em 2001. Para já, Karatsev tem garantida a entrada no top-50 e um cheque de 539 mil euros, superior ao total de prémios monetários que já auferiu na carreira (510 mil euros).

O outro semifinalista russo, saía do duelo entre os compatriotas Daniil Medvedev (4.º) e Andrey Rublev (8.º), marcado para as 4h da madrugada portuguesa.

No torneio feminino, Serena Williams marcou encontro nas meias-finais com Naomi Osaka, que a derrotou na final do Open os EUA de 2018. Há cerca de três semanas, num encontro de exibição, em Adelaide, Serena venceu-a no “match tie-break” (6-2, 2-6 e 10/7).

“Tenho visto os encontros dela e, de certeza, que ela tem visto os meus. Sinto que esta é uma boa oportunidade para eu continuar a jogar o meu melhor ténis”, afirmou a norte-americana de 39 anos, após vencer Simona Halep (2.ª), com um duplo 6-3. Serena (11.ª) ganhou 20 dos 26 pontos disputados com o seu primeiro serviço e acumulou 24 winners para prosseguir na busca do seu 24.º título do Grand Slam.

Osaka (3.ª) nunca perdeu nos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam e elevou para 19 o número de encontros ganhos consecutivamente, ao dominar a imprevisível Su-Wei Hsieh (71.ª) em 67 minutos, com um duplo 6-2.

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