Já existe, como crê Jorge Jesus, um Benfica pós-covid?
O Benfica defronta neste domingo o Moreirense. Em caso de um triunfo – sobretudo com exibição convincente –, o Benfica recebe um acréscimo de confiança, até porque esse cenário poderá atestar o que Jorge Jesus tem vindo a dizer: que depois de ultrapassado o problema interno com o novo coronavírus, esta é uma equipa em crescimento.
Neste domingo, frente ao Moreirense (20h15, Sport TV), o Benfica joga, no Minho, muito do que pode ser o futuro próximo, sobretudo no capítulo mental.
É uma equipa já a ver, neste momento, o título nacional “por um canudo” e que, em caso de mais um tropeção, poderá deixar crescer os onze pontos de desvantagem para o Sporting. Nesse cenário, cai, por certo, a retórica (ainda) confiante emanada pelo clube de dentro para fora e, para alguns, poderá cair também a retórica de responsabilização do surto de covid-19 que assolou o plantel em Janeiro.
E não há como fugir: um novo desaire será um revés mental tremendo numa equipa que tenta colocar novamente a “cabeça de fora” e que terá de atacar, nas próximas semanas, a diferença entre uma época de danos minimizados (com passagem à final da Taça de Portugal e percurso duradouro na Liga Europa) ou uma temporada de descalabro total (com eliminações frente a Estoril e Arsenal e confirmação de campeonato perdido).
Por outro lado, em caso de um triunfo frente ao Moreirense – sobretudo com exibição convincente –, o Benfica recebe um acréscimo de confiança, até porque esse cenário poderá atestar o que Jorge Jesus tem vindo a dizer: que esta é uma equipa em crescimento e que, depois de ultrapassado o problema interno com o novo coronavírus, o Benfica só poderá crescer daqui para a frente.
O técnico “encarnado” veiculou essa mesma ideia na antevisão da partida frente ao Moreirense, da jornada 19 da I Liga, depois de vários dias a dizer que “a covid-19 arrasou o Benfica”.
“Sentimos que estamos a melhorar. Somos uma equipa com outra capacidade física e mais competitiva, com mais intensidade. Acredito que vamos ter um Benfica dentro daquilo que apresentou no jogo com o Estoril, com mais velocidade nas tarefas ofensivas e defensivas”, disse Jesus, olhando de forma mais confiante para o futuro.
Há Champions para garantir
Apesar do atraso pontual para o líder do campeonato, o Benfica tem, no mínimo, um apuramento para a Liga dos Campeões por garantir. E esta pode ser uma jornada tremenda, com muito a perder, mas também muito a ganhar.
O Sporting (líder) e o Paços de Ferreira (perseguidor na luta europeia) defrontam-se nesta ronda – o Benfica pode ganhar pontos a um deles ou até aos dois – e o Sp. Braga, com três derrotas nos últimos cinco jogos fora de casa, vai visitar o Santa Clara, equipa com a qual já perdeu na primeira volta, no Minho.
Jornada que pode ser de “sorriso encarnado”, mas, para capitalizar tudo isto, o Benfica terá de ultrapassar um Moreirense em bom momento. Depois de uma vitória nos primeiros cinco jogos no clube, Vasco Seabra (que nesta Liga já venceu o Benfica por 3-0, pelo Boavista) mudou para um sistema de três centrais e venceu as duas últimas partidas.
Apesar de ser uma equipa confiante e a respirar bem na Liga (oitavo lugar), há dados que permitem prever um jogo de sentido único. Os minhotos são a segunda equipa do campeonato que menos remata e a segunda que mais remates permite aos adversários, mas Vasco Seabra recusa manter estes registos de equipa subjugada.
“Vamos ter de vestir o fato-macaco, mas também queremos vestir o fato de gala. Queremos produzir em termos ofensivos, mas sendo muito intensos defensivamente”, frisou o técnico, em conferência de imprensa.
Para este jogo, Jorge Jesus terá o plantel quase na máxima força. O treinador relembrou, na antevisão da partida, que ainda não tem André Almeida e Jardel, lesionados, mas que Luca Waldschmidt já pode ser opção. Apesar de avançar que Gilberto não jogará, o técnico garantiu que, depois do bom jogo frente ao Estoril, Diogo Gonçalves estará à altura de ser uma boa opção.