A infecção de Trump com covid-19 foi mais grave do que anunciado, diz NYT

Quando esteve infectado com a covid-19 em Outubro, os níveis de oxigénio no sangue afinal estavam abaixo de 90% e os pulmões sofriam uma infeção aguda. Novas fontes ouvidas pelo New York Times revelaram agora informações que antes não eram conhecidas.

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Sean Conley, médico da Casa Branca, anuncia o estado de saúde do ex-Presidente dos EUA, após este ter sido hospitalizado, 3 de Outubro de 2020. KEN CEDENO/Reuters
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Trump retorna à Casa Branca depois do seu internamento, 5 de Outubro de 2020. KEN CEDENO / POOL / EPA
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Os adeptos de Trump rezam pela sua saúde, em Nova Iorque, 3 de Outubro de 2020. ANDREW KELLY/Reuters
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Trump na Sala de Conferências da Casa Branca, durante os tratamentos pós-diagnóstico, 4 de Outubro de 2020. WHITE HOUSE/Reuters

Em Outubro do ano passado, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi diagnosticado com covid-19. Nesta quinta-feira, o New York Times avançou que o estado de saúde de Trump foi tão preocupante que esteve à beira de ser ventilado.

Segundo quatro fontes do jornal, que acompanharam a evolução da saúde do então Presidente, os níveis de oxigénio no sangue de Trump rondavam os 80% - consideravelmente abaixo dos 90% que marcam o início da gravidade do vírus.

Também os seus pulmões estavam bastante inflamados, visto que tinham “fluidos ou bactérias” que facilmente são descobertos por radiografias. A existência de líquido nos pulmões, em conjugação com outros sintomas, “pode ser um sinal de um caso agudo da doença”.

De acordo com as declarações anteriores de médicos e da Casa Branca, era conhecido que Trump tinha tido dificuldades respiratórias e febre, e que tinha recebido oxigénio por duas vezes, ainda antes de ter sido hospitalizado no Walter Reed National Military Medical Center, em Washington, durante três dias.

A gravidade do estado de saúde de Trump foi sendo minimizada, com Sean Conley, porta-voz dos médicos que se ocuparam de Trump, a dizer em Outubro que “os resultados eram os esperados, mas sem nada que levantasse grandes preocupações clínicas”.

Dois dias depois do internamento de Trump, Conley admitiu que não queria passar uma mensagem que enviesasse o decurso da evolução da recuperação do Presidente. Mas acrescentou: “Foi sugerido que estávamos a tentar esconder alguma coisa, o que não foi necessariamente verdade”.

Agora, confrontado com as novas informações, Conley contradiz os valores de oxigénio de Trump divulgados pelo jornal de Nova Iorque, referindo que estes nunca desceram abaixo dos 93%. Na mesma linha, uma outra fonte próxima de Trump, que não quis ser identificada, nega que o estado de saúde deste tenha sido tão grave como agora divulgado.

Os medicamentos que Trump tomou na altura, como a dexametasona, indiciavam que a gravidade do seu estado era pior do que a divulgada. Porém, foi o medicamento produzido pela farmacêutica Regeneron que se tornou polémico no caso de Trump, uma vez que este o tomou com convicção ainda antes de os seus efeitos terem sido confirmados oficialmente.

Donald Trump considera que foi este o medicamento que o curou, sendo que diz ser a “prova do sucesso do medicamento”. Porém, os profissionais de Saúde dizem o contrário, pois o medicamento da Regeneron deveria evitar o internamento - o que não foi o caso de Trump.

As informações avançadas agora pelo New York Times levantam suspeitas sobre a veracidade das declarações anunciadas na altura pelos médicos e pela Casa Branca.

Texto editado por Ana Gomes Ferreira

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