Benfica pode recorrer de perdão a Rui Pinto em processo por ataque informático

Cinco inquéritos tinham sido provisoriamente suspensos, na sequência da cooperação do pirata informático com as autoridades.

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Rui Pinto está a ser julgado por 90 crimes MARIO CRUZ

O Benfica vai poder recorrer da suspensão de um dos processos abertos contra Rui Pinto, depois de o tribunal da Relação de Lisboa ter dado razão aos “encarnados”, apurou o PÚBLICO junto de fonte próxima do processo.

Este inquérito diz respeito à divulgação da correspondência electrónica das “águias”, suspeitando-se que Rui Pinto terá acedido ilegalmente aos servidores informáticos do clube da Luz. A equipa judicial do Benfica tinha-se queixado de que não foi ouvida na decisão de suspender este inquérito, que envolve directamente o clube. Com esta decisão, o Benfica poderá recorrer do perdão dado ao pirata informático neste inquérito. Contactado pelo PÚBLICO, o clube escusou-se a comentar esta decisão da Relação de Lisboa. 

No total, cinco processos abertos contra Rui Pinto tinham sido provisoriamente suspensos, na sequência da cooperação que o hacker tem realizado com as autoridades portuguesas nas investigações sobre futebol. Esta colaboração com as autoridades permitiu que o pirata informático, entre outras coisas, saísse do regime de prisão preventiva em que estava há mais de um ano, permanecendo agora numa casa segura da Polícia Judiciária.

Uma das condições impostas pelo procurador Carlos Casimiro, titular dos processos em causa, ao juiz Carlos Alexandre, foi que Rui Pinto continuasse a ajudar a Polícia Judiciária nestas investigações, acordo que terá tido a concordância do hacker. O denunciante terá concordado ainda não voltar a praticar os crimes de que era acusado – acesso ilegítimo a sistemas informáticos – e a não revelar a uma terceira pessoa as passwords desses mesmos sistemas.

Rui Pinto está a ser julgado por 90 crimes, ligados à plataforma Football Leaks, que o denunciante criou. O gaiense está acusado de um crime de tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática.

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