PCP quer Portugal a produzir mais para reduzir a dependência externa

Alimentos, equipamentos médicos, equipamentos e meios de transporte e energia são as quatros áreas em que os comunistas consideram fundamental investir para aumentar a produção nacional.

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Os produtos alimentares são uma das áreas em que os comunistas querem maior produção nacional Filipa Fernandez

O PCP anunciou nesta segunda-feira que vai apresentar um conjunto de propostas para aumentar a produção nacional em várias áreas. Medidas que visam, dizem os comunistas, “corrigir erros estratégicos e romper com um rumo que tem desprezado as actividades produtivas e aprofundado a dependência externa”.

“Este é o tempo de olhar com seriedade para aqueles que são os principais défices e estrangulamentos nacionais, mas também para observar os recursos e potencialidades existentes e reorientar a economia nacional para uma política de substituição de importações por produção nacional. Estamos perante a constatação do óbvio: um país que não produz não tem futuro”, afirmou Vasco Cardoso, membro da comissão política do partido, numa declaração pública.

Naquilo a que chamam “um verdadeiro programa de desenvolvimento”, os comunistas destacam “quatro vectores fundamentais”: a produção de alimentos, “aproveitando as boas condições para, com a mobilização dos pequenos e médios agricultores, satisfazer as necessidades da população”; a produção de medicamentos e de equipamentos médicos, “onde se inclui a projecção do Laboratório Nacional do Medicamento”; a produção de equipamentos e meios de transporte, envolvendo várias empresas nacionais, e; a produção de energia, “com a mobilização de recursos que apontem à soberania energética”.

“A identificação destes quatro vectores, não anula, antes se articula com todas as outras dimensões da política económica: - desde logo na defesa de activos produtivos do país, que hoje asseguram importantes produções estratégicas”, acrescentou Vasco Cardoso. 

Quanto ao investimento para a “adopção de uma política de promoção da produção nacional”, o PCP apresenta três vias. A primeira é “o reforço do investimento público a partir dos recursos próprios nacionais, designadamente por via do Orçamento do Estado”. A segunda viria do “máximo aproveitamento (…) das verbas resultantes da conjugação dos Quadros Financeiros Plurianuais (o actual e o próximo) e do chamado Fundo de Recuperação”, que “no conjunto representam cerca de 50 mil milhões de euros segundo fontes oficiais”. Por fim, o “aproveitamento das possibilidades abertas pela situação de baixas taxas de juro, mobilizando recursos para investimentos criteriosos e com retorno”.

“Defender o direito a produzir é defender o direito ao emprego, a salários dignos, a um desenvolvimento que preserve o meio ambiente, é defender a soberania nacional e deixarmos de ter um país dependente do estrangeiro, dos mercados e da União Europeia”, concluem os comunistas.

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