Mais de 170 pessoas continuam desaparecidas no desastre com o glaciar nos Himalaias

As operações de resgate estão focadas nos 37 funcionários de uma central hidroeléctrica que se encontram encurralados num túnel nas montanhas. Ao todo já foram encontrados 26 cadáveres.

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Reuters/STRINGER
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RAJAT GUPTA/EPA
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As operações de busca das vítimas das inundações provocadas pelo desprendimento, no domingo, de uma parte do glaciar em Joshimath, no norte da Índia, concentraram-se esta segunda-feira, na tentativa de salvamento de 37 pessoas que se encontram encurraladas num túnel. Tal como aconteceu na operação de salvamento de domingo num outro túnel, também estes são trabalhadores de uma das centrais hidroeléctricas apanhados pela avalanche de lama, neve e água que se seguiu à quebra de parte do glaciar.

Até agora já foram recuperados 26 cadáveres, mas teme-se que essa contabilidade venha a aumentar tendo em conta que 171 pessoas são dadas como desaparecidas, de acordo com Ashok Kumar, da polícia de Uttarakhand, citado pelo Indian Express.

Neste segundo túnel ainda não se obteve qualquer sinal de vida dos funcionários desde a inundação, mas, sabe-se, que na altura estavam 37 pessoas a trabalhar. Longo, com um comprimento de cerca de 2,5 km, dos quais “aproximadamente 80 metros no interior do túnel” estavam, ao final da noite desta segunda-feira, “desobstruídos e acessíveis”, disse a Polícia de Fronteira Indo-Tibetana (ITBP), citada pelo Hindustan Times. “Parece que aproximadamente cem metros de detritos dentro do túnel ainda estão por limpar”, acrescentou.

A operação de salvamento envolve cerca de dois mil militares, paramilitares e polícia e as autoridades receiam que o número total de vítimas venha a aumentar à medida que se prolongam as buscas.

Os 12 funcionários da segunda central hidroeléctrica que foram resgatados com sucesso no domingo encontram-se hospitalizados e a recuperar dos seus ferimentos.

As causas deste desprendimento do glaciar na zona dos Himalaias ainda estão a ser investigadas. Todavia, especialistas apontam o dedo às alterações climáticas, indiciando que blocos de gelo maciços possam ter-se quebrado devido a um aumento da temperatura na região, o que libertou grandes quantidades de água.

“A principal razão destas catástrofes é que as autoridades envolvidas não prestam atenção aos conselhos científicos ao planear projectos de energia em rios que têm origem em glaciares”, referiu o cientista Pradeep Srivastava ao Times of India.

Já Mohd Farooq Azam, professor assistente no Instituto Indiano de Tecnologia, em Indore, vê esta inundação como um incidente muito raro, afirmando “haver a possibilidade de ter existido uma bolsa de água na região”, ou seja, um pequeno lago formado dentro do glaciar e que terá rebentado.

Esta não foi a primeira vez que o estado indiano de Uttarakhand foi cenário de um incidente deste género, em 2013 chuvas fortes causaram erosões e inundações que provocaram cerca de seis mil mortos. Esta situação tem levantado discussões sobre se se deve ou não desenvolver projectos energéticos desta dimensão em zonas montanhosas.

As operações de resgate em Joshimath vão continuar por entre 24 a 48 horas.

Texto editado por António Rodrigues

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