O pior desperdício

A natureza humana é o que é, e não nos deve surpreender. Mas o nosso destino – o destino da civilização – não é o de nos resignarmos ao pior que ela tem. É o de nos salvarmos apesar disso.

Poderiam os programas de vacinação contra a covid-19 ser apenas um factor de alívio e optimismo? À primeira vista, não faltariam razões para acreditar que sim. Uma delas (rufem os tambores a preparar a surpresa) é esta: se há programas de vacinação, é porque há vacina. Para além disso, um programa de vacinação, que pode facilmente ser construído com base em critérios médicos e científicos consensuais, não é coisa que tenha de inspirar grandes opiniões e polémicas. E isso é sempre uma promessa de acalmia no ambiente geral. Num tempo de ciclos noticiosos torrenciais, divergências afiadas e controvérsias cansativas sobre tudo e sobre nada, falar de programas de vacinação seria como um intervalo consolador, para recarregar as baterias à espera de outros temas mais propícios ao pugilato cívico.

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