Louise Glück: a candidata menos óbvia

Em 2020, quando o Nobel lhe foi atribuído a norte-americana juntou-se ao grupo não muito numeroso das autoras cuja obra foi assinalada com tal reconhecimento. A poeta é apenas a décima sexta mulher a receber o galardão. E nem seria preciso recordar como o elenco se torna ainda mais reduzido se nos ativermos a poetas. Apenas Gabriela Mistral (1945), Nelly Sachs (1966) e Wislawa Szymborska (1996) viram a sua escrita reconhecida. Quatro dos seus principais livros acabam de ser traduzidos.

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Katherine Taylor/REUTERS

Não erraremos muito se dissermos que Louise Glück seria, à partida, uma candidata invulgar ao Prémio Nobel. É autora de uma poesia que poderá situar-se num dos possíveis pólos opostos de uma escrita voltada para as manifestações públicas, ou que fosse especialmente interessada na política do seu tempo, mesmo na História ou apta a fazer frente a uma contemporaneidade pautada pela rapidez, o consumo imediato, o apagamento posterior à utilização, a ultrapassagem constante — o eterno agora.

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