Quão grave é o tipo de lesão que Nanu sofreu?

Tipo de traumatismo que Nanu sofreu não costuma deixar sequelas, diz especialista. Durante o período de recuperação, que não deverá ir além de algumas semanas, o jogador do FCP terá que se manter afastado dos relvados, para evitar as possibilidades de sofrer um novo traumatismo, explica neurocirurgião.

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LUSA/JOSE SENA GOULAO

A concussão cerebral que Nanu sofreu esta quinta-feira é “muito comum, tem bom prognóstico e recuperação ad integra [total]”, explica o director do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHSJ), Rui Vaz. Segundo o médico, o período de recuperação do jogador do Futebol Clube do Porto (FCP) poderá variar entre alguns “dias ou semanas, não mais do que isso”, dependendo da força do impacto que sofreu e a própria evolução do paciente. O jogador já teve, entretanto, alta hospitalar nesta sexta-feira, confirmou fonte do FCP ao PÚBLICO. 

“Há uma fase de transição em que devem ser evitadas as possibilidades de novos traumatismo e é, por isso, necessário um período de afastamento, neste caso da competição”, elucida Rui Vaz ao PÚBLICO. O choque que o guineense sofreu durante o jogo contra A BSAD levou a uma perda transitória de função que se traduz numa perda de conhecimento. Dependendo do choque sofrido, esta perda de conhecimento poderá ser inferior a cinco minutos ou prolongar-se até aos 15 minutos, tendo sido este último o caso de Nanu, como explica o neurocirurgião

Após um traumatismo deste tipo, o paciente deve ser sujeito a uma TAC (Tomografia computadorizada) e a um internamento para vigilância, segundo a circular normativa vigente em Portugal. “Do ponto de vista prático, estes doentes implicam uma maior vigilância, porque a força do impacto que sofreram provocou uma disfunção transitória no cérebro”, exemplifica Rui Vaz. O director do Serviço de Neurocirurgia do CHSJ completa ainda que “habitualmente não há repercussões na vida futura do paciente, que pode seguir a sua vida de forma perfeitamente normal”.

Muito comuns nos desportos de grande impacto, estes traumatismos não implicam qualquer tipo de intervenção cirúrgica ou medicamentosa uma vez que não há um tratamento específico capaz de acelerar a recuperação do doente. É o próprio organismo que recupera do insulto que sofreu, desde que não haja nenhuma complicação. 

Rui Vaz dá um exemplo: “Imagine-se a diferença entre bater com a cabeça numa porta e fazer-se um ‘galo’, isso significa que a força não passou para dentro do osso; a perda de conhecimento significa que essa força passou para dentro do osso”, que foi o caso de Nanu. 

“Nanu sofreu uma concussão cerebral e um traumatismo vertebromedular com perda de conhecimento, encontrando-se consciente, estável e já orientado no tempo e no espaço”, esclareceram os “dragões” no seu site. O jogador foi retirado de ambulância do relvado do Jamor, após um choque violento contra o guarda-redes da Belenenses SAD, Stanislav Kritsyuk, que o fez cair desamparado no chão.

O clube revelou ainda que o atleta “recuperou os sentidos no relvado”. Após ser estabilizado, o jogador foi transportado no veículo dos bombeiros para o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa. 

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