Benfica sem Jesus à procura de um rumo

O técnico dos “encarnados” continua em quarentena e vai falhar o jogo desta sexta-feira na Luz frente ao Vitória de Guimarães.

Foto
João de Deus vai ser o treinador de campo do Benfica frente ao Vitória LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Perguntaram a João de Deus após a derrota em Alvalade se o Benfica tinha atirado a toalha ao chão, algo que no boxe é o equivalente a desistir. E o adjunto que substituiu Jorge Jesus no banco enquanto este cumpre um período de isolamento respondeu, com toda a legitimidade, que isso nunca irá acontecer e que as contas se fazem no fim. Mas a toalha neste momento parece estar no chão e o Benfica, que só ganhou um dos seus últimos cinco jogos, precisa nesta sexta-feira de fazer prova de vida na Luz frente ao Vitória de Guimarães (19h, BTV) na jornada que marca o final da primeira volta.

Jesus, ainda em confinamento devido à infecção com covid-19, vai estar longe do banco dos “encarnados” pelo terceiro jogo consecutivo, a seguir à distância um teste muito complicado. Um teste que não vem, de todo, na melhor altura para um Benfica que passou aos tropeções pelo terrível mês de Janeiro. Ficou em quarto, com a liderança a nove pontos, fruto de três empates (Santa Clara, FC Porto e Nacional) e uma derrota (Sporting), para além de ter ficado pelas meias-finais da Taça da Liga (derrotado pelo Sp. Braga).

Ao contrário do Benfica, o Vitória apresenta-se na Luz no seu melhor momento da época, com três vitórias consecutivas (Nacional, Famalicão e Marítimo), e com o Benfica na mira. A formação orientada por João Henriques segue no sexto lugar, com 29 pontos, e um triunfo deixa-a em condições de ultrapassar os “encarnados”, porque tem um jogo em atraso com o Farense.

Chamado para substituir Tiago Mendes no comando dos minhotos, João Henriques já estava no banco do Vitória no primeiro confronto da época com o Benfica – um empate (1-1) em 90 minutos que acabou em triunfo benfiquista no desempate por penáltis. Apesar do mau momento do Benfica, o técnico do Vitória não acredita em facilidades para a sua equipa na Luz.

“Um animal selvagem, quando está ferido, uma águia no caso, dá bicadas tremendas a quem tenta tratar dela, quanto mais a quem a quiser agredir. Nós queremos conquistar os três pontos, mas sabemos que o clube, a equipa, o treinador, os adeptos, estão feridos no seu orgulho, porque é um momento menos positivo da história recente”, referiu João Henriques.

Para explicar a sua ideia, deu o exemplo do Vitória, que passou por um mau bocado durante a época antes de estabilizar nos bons resultados: “houve um momento em que o Vitória não se exibia bem, mas foi ganhando, e as boas equipas, as grandes equipas, têm esse condão. Em momentos em que não aparecem as situações mais normais, resultados consecutivos positivos, são equipas grandes. O Vitória passou por um momento mais complicado em termos exibicionais, mas foi conseguindo pontos.”

Sugerir correcção
Comentar