Na estreia de Paulinho, o Sporting voltou a ser de Pote

“Leões” triunfam sobre o Marítimo por 0-2 e aumentam para seis pontos a diferença em relação ao FC Porto.

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LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Nem com uma primeira volta quase perfeita e com uma distância considerável em relação aos rivais, Rúben Amorim muda o discurso. O Sporting é candidato ao título? É candidato a ganhar ao Gil Vicente, responde o jovem técnico. Compreende-se a gestão das expectativas com o discurso cauteloso, mas, enquanto os “leões” continuarem assim, Amorim vai ouvir sempre a mesma pergunta. E nesta sexta-feira, num campo onde tinha sido derrotado há menos de um mês, o Sporting voltou a dar uma prova de força, triunfando nos Barreiros sobre o Marítimo, por 0-2 e reforçando a liderança – os “leões” conquistaram 45 em 51 pontos possíveis e já levam seis pontos de vantagem para FC Porto, nove para Sp. Braga e 11 para o Benfica.

Na noite em que se estreava Paulinho, o reforço mais caro da sua história (custou 16 milhões), o Sporting contou com um protagonista habitual para resolver. Pedro Gonçalves, nome de guerra “Pote”, marcou os dois golos, consolidou o seu estatuto como melhor marcador do campeonato (já leva 14) e roubou o protagonismo ao milionário reforço de Inverno que foi titular cinco dias depois de ter sido contratado. Mas isso não quer dizer que Paulinho tenha sido um corpo estranho na equipa. Pelo contrário, pareceu perfeitamente sintonizado e só lhe faltou mesmo ter acção directa nos dois golos.

Há menos de um mês, o Marítimo tinha sido a primeira (e até agora única) equipa a travar os “leões” em provas nacionais, com um triunfo por 2-0 na Taça de Portugal, e Amorim tinha prometido que iria usar esse jogo na preparação para o novo embate com os madeirenses, que, desta vez, não tinha o seu goleador de eleição Rodrigo Pinho – Sassá, contratado durante o mercado de Inverno, iria ser o ponta-de-lança.

Já os “leões” de Lisboa iam a jogo com várias mudanças, para além de Paulinho no lugar de Tiago Tomás. Antunes “fez” de Nuno Mendes, Inácio foi o terceiro central em vez de Neto, e Matheus, o herói do derby, foi para o lugar de João Mário, ao lado de Palhinha.

Para replicar o desfecho do jogo da Taça, Milton Mendes colocou a sua equipa a pressionar à frente e a tentar jogar com a profundidade, mas o Sporting lida bem com este estilo e, desde o primeiro minuto, nunca cedeu o controlo do jogo, justificando a vantagem que alcançou logo aos 9’.

Um passe longo do jovem central Gonçalo Inácio apanhou Pedro Gonçalves em corrida e, perante a saída precipitada do guardião iraniano Amir, passou-lhe a bola por baixo das pernas e ganhou posição para fazer o 0-1.

Até aparecer o segundo golo, deu para perceber o que Paulinho pode dar a esta equipa para além de golos. Bons pormenores na ligação do ataque, podendo ele ser um pivot para a distribuição ou para a concretização, mas foi evidente que a bola não morre quando lhe chega aos pés. O ex-Sp. Braga sabe sempre o que fazer com ela, e com a sua intervenção, os “leões” tiveram algumas aproximações perigosas à baliza do Marítimo.

O domínio total do Sporting ganhou outra expressão na segunda parte, aos 57’, com Pedro Gonçalves a encaminhar para a baliza um cruzamento de Antunes, que foi titular no lugar que costuma ser de Nuno Mendes.

Não houve mais golos, mas ainda deu para lançar mais um dos reforços de Inverno, o regressado João Pereira, que, aos 36 anos, fez a sua terceira estreia pelo Sporting. Nos poucos minutos que esteve em campo, o “ranhoso”, como Amorim lhe chamou, foi igual a si próprio: fez uma falta, reclamou com o árbitro e viu um cartão amarelo.

Foi assim que o Sporting fechou a primeira volta, a ganhar e a convencer. E fazer a melhor primeira volta de sempre num campeonato com 34 jornadas é sempre um bom presságio para a segunda metade.

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