A guerra que o confinamento fez eclodir

Ao fim de um ano de restrições por causa da pandemia, um novo fenómeno espalha-se pela Europa. Os protestos anticonfinamento crescem, tornam-se violentos, partem a sociedade ao meio. Reportagem nos campos de batalha que se estão a erguer na Holanda e na Bélgica.

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Às duas da tarde era o amor. No Museumplein, o enorme relvado que liga os dois principais museus de Amesterdão (o Rijks e o Van Gogh), estava um grupo de raparigas com flores nas tranças a dançar à volta de uma coluna portátil. Uns metros adiante havia um rapaz vestido de Sherlock Holmes a fazer bolas de sabão gigantes, que o vento espalhava por todo o lado. Um tipo corria de cuecas pela erva, apesar de os termómetros marcarem dois graus negativos. Depois veio a morte, ou um homem disfarçado de morte, caminhando em cima de um andarilho. Chegava cada vez mais gente. Máscaras nenhumas, muito menos distância de segurança. Quem ali chegasse sem aviso poderia muito bem pensar que aterrara num cortejo de Carnaval antecipado.

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